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Combate às desigualdades em destaque na conferência ‘Recuperar Portugal’

Combate às desigualdades em destaque na conferência ‘Recuperar Portugal’

As Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos (MS-ID) participaram na Conferência ‘Recuperar Portugal’, que marcou a rentrée política do PS. Num conjunto de intervenções que revelaram preocupações essencialmente sociais, destaca-se o anúncio de “cinco ideias simples que podem mudar o Mundo”, apresentado pela presidente das MS-ID, a deputada Elza Pais.
Combate às desigualdades em destaque na conferência ‘Recuperar Portugal’

Depois de ouvir o Secretário-geral do PS, António Costa, colocar o combate às desigualdades no topo da agenda de trabalhos do Governo, e no momento de estabelecer estratégias para ‘Recuperar Portugal’, o grande tema da conferência, Elza Pais manifestou a sua preocupação com o futuro da sociedade no pós-covid e interveio para lembrar o Novo Contrato Social Global proposto pelas Nações Unidas, que tem como objetivo primordial “a construção de uma sociedade decente”. No âmbito da recuperação de Portugal, Elza Pais destacou o capítulo da digitalização, lembrando que é necessário “estabelecer medidas que atraiam mulheres para o setor digital, um setor altamente masculinizado, em que as mulheres se arriscam perder o comboio do futuro”. Interligado com este tema surgiu o do teletrabalho, uma matéria sobre a qual o Governo tem refletido e tem metas estabelecidas, que a presidente das MS-ID que sejam “alcançadas com equilíbrio de género”.

Outra grande preocupação da presidente das Mulheres Socialistas é o setor da Educação, onde Elza Pais pede “uma aposta forte na universalidade da escola digital, para que nenhuma criança fique excluída das novas ferramentas educativas”, tema que António Costa abordou na sua intervenção, reafirmando que “a Educação é o maior e melhor instrumento de promoção da igualdade de oportunidades”.

No discurso de Elza Pais não faltaram outros dois temas que andam de mãos dadas: a conciliação da vida profissional com a vida familiar e a Economia do Cuidado. A presidente das MS-ID quer que “a aposta na conciliação não deixe a retaguarda de apoio às famílias exclusivamente a cargo das mulheres” e que “a Economia do Cuidado seja parte integrante da Economia de Futuro, para que a Igualdade se cumpra”.

Com o foco no arranque do ano letivo e com o impacto da pandemia no sistema educativo, a secretária nacional das MS-ID para a Educação, Adelaide Ribeiro, “pediu maior articulação entre a Saúde e Educação para assegurar igualdade no acesso à escola em segurança” e um “reforço da confiança nas comunidades educativas, no sistema de ensino e nos seus profissionais”. Adelaide Ribeiro deixou ainda algumas notas sobre a necessidade de apostar “na formação profissional e na qualificação de adultos” por forma a reforçar a competitividade de Portugal e, numa palavra final, sublinhou que é também preciso “cuidar do rejuvenescimento da classe dos professores, não apenas por questões pedagógicas, mas também por questões de saúde”.

La Salette Marques, secretária nacional para a área da comunicação das MS-ID lembrou que uma das prioridades do Plano de Recuperação e Resiliência tem de ser o combate às bolsas de pobreza, salientando que “é dentro de regiões teoricamente bem posicionadas do ponto de vista do rendimento per capita que existem as maiores zonas de exclusão social”. Tendo em conta que este é o momento de definição de estratégias de combate às desigualdades, La Salette Marques pediu “na estruturação dos novos programas operacionais seja tido em conta o combate à desigualdade mais transversal de todas e a que menos custa a erradicar: a desigualdade de género”.

O trabalho dos autarcas no apoio às populações ao longo da pandemia mereceu destaque na intervenção de Rosa Venâncio, presidente federativa das MS-ID de Aveiro. Rosa Venâncio apelou à Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social “para que encontre forma de capacitar as redes de solidariedade que se formaram” e que “não deixe de observar de forma atenta a realidade das cuidadoras, cuja função não tem sido valorizada e que auferem ordenados demasiado baixos para o trabalho que fazem”.