“A estabilidade política é um valor em si mesmo e o diálogo social e institucional é crítico num momento em que o país vive as dificuldades da guerra e da inflação e também com impactos na habitação”, defendeu o presidente do Grupo Parlamentar do PS no debate com o primeiro-ministro em que lembrou que Rui Nabeiro, “um alentejano que nos deixou esta semana, um grande homem, socialista”, dizia sempre “para arregaçarmos as mangas, para continuarmos em frente e para fazermos”.
Eurico Brilhante Dias assegurou que o Partido Socialista e o Governo vão continuar a trabalhar para melhorar as políticas de habitação, “porque este país precisa de um bom programa de habitação”.
E recordou o ano de 2014, quando Partido Socialista, Bloco de Esquerda e PCP alertaram que o então executivo de direita, “como rolo compressor, não tinha ouvido as autarquias, as associações de inquilinos e de proprietários” enquanto apresentava diplomas que diziam respeito à habitação, tendo o Grupo Parlamentar do PS requerido “a avocação de propostas votadas e chumbadas na especialidade”.
Lembrando que “nem os requerimentos de avocação foram votados favoravelmente pela maioria de direita”, Eurico Brilhante Dias frisou que, na altura, o PS disse “que a ‘lei Cristas’, votada pelo PPD/PSD e pelo CDS-PP, ia gerar um conjunto de despejos e, em particular, dos mais vulneráveis”.
“Com o nosso partido e com este Governo, não vai haver uma lei de habitação que seja uma lei de bullying habitacional sobre os mais fracos como foi votado aqui em 2014 contra toda a oposição”, vincou.
“Aquilo que faremos neste hemiciclo é o contrário do que foi feito pela maioria de direita”, certificou o líder parlamentar do PS, uma vez que os socialistas querem “estabilidade e diálogo”, havendo sempre “um momento em que temos de decidir para continuar a fazer”.
Eurico Brilhante Dias garantiu a todos os portugueses que o PS estará “até 2026 com a confiança que nos deram a trabalhar e a fazer”.
Em seguida, o presidente da bancada do Partido Socialista comentou o comportamento dos restantes partidos no debate: “Este hemiciclo hoje é paradigmático – a direita disputa entre si a liderança da oposição, a esquerda ainda não sabe bem qual é o seu lugar nesta oposição”.
“A oposição continua, muitas vezes, a fazer oposição a si própria, porque pensa que é na incerteza da vida dos portugueses que se constrói uma alternativa”, criticou Eurico Brilhante Dias, que contrapôs que “a alternativa se constrói sempre com confiança e previsibilidade”.