Coligação PSD/CDS-PP é "casamento" para "disfarçar as conveniências"
O secretário-geral do PS, António Costa, considerou hoje que a coligação anunciada entre o PSD e o CDS-PP é um “casamento” para “disfarçar as conveniências” e que demonstra que o Governo “nada de novo tem para dar”.
“Tivemos ontem, sábado a melhor demonstração de que mesmo nada de novo o Governo tem para dar. Não tem novas políticas a propor e aquilo que ontem vieram fazer era mais do mesmo”, disse, durante um almoço-debate em Reguengos de Monsaraz que juntou mais de 700 militantes e simpatizantes.
António Costa disse ainda que, para terem “alguma coisa de novo”, o PSD e o CDS-PP escolheram o 25 de Abril para anunciar que vão concorrer coligados às próximas eleições legislativas, mas esse anúncio não passou de um “não acontecimento”.
“E a coisa tão extraordinária de falta de novidade na celebração da coligação é que quiseram escolher o dia 25 de Abril para ser a novidade do não acontecimento que é manter o casamento de quem já está casado e que remédio tem se não manter-se casado, para disfarçar as conveniências”, ironizou o secretário-geral do PS.
No encontro hoje realizado em Reguengos de Monsaraz, com “sala cheia”, no Pavilhão Multiusos do parque de exposições local, o secretário-geral do PS aludiu ao facto de o anúncio deste compromisso ter sido feito no 25 de Abril.
“Aqui entre nós, há muitas datas que podem entrar na História, há muitas datas que já estão na História e o 25 de Abril é, seguramente, uma data que está na História”, afirmou.
Trata-se de uma data que, continuou, “está na História pela madrugada libertadora e original do 25 de Abril de 74” e por, “há 40 anos, ter sido o 25 de abril de 75, esse momento mágico das primeiras eleições livres, democráticas e universais, em que os portugueses acorreram às urnas”.
Mas “há uma coisa” pela qual “o 25 de Abril não ficará na História, é pela coligação entre o Dr. Portas e o Dr. Passos Coelho”, porque, acerca disso, “não há história para contar”, disse ainda António Costa.
Perante os autarcas, militantes e simpatizantes que participaram no almoço, no qual marcou ainda presença Guillermo Vara, líder do PSOE na Estremadura espanhola, António Costa acusou o PSD e o CDS-PP de “terem estado juntos a afundar o país” e de, agora, quererem “estar juntos a continuar a política que têm seguido”.
Mas, sublinhou o líder socialista, o Governo “falhou” e “nada de novo tem a propor” para as legislativas: “É um Governo falhado e um Governo fracassado”.
“Eles falharam naquilo que disseram antes das eleições, mas eles falharam também no que disseram depois das eleições”, insistiu, exemplificando que o crescimento é hoje “inferior àquele que se propunham ter”, enquanto o desemprego “é maior do que aquele que se propunham ter”, tal como o défice e a dívida.