Coleção Miró em boas mãos confiada ao Porto

“O Porto vai ganhar uma coleção, mas a coleção ganha muito com a entrega à Câmara Municipal do Porto”, afirmou o chefe do Governo, na cerimónia de inauguração da exposição “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose”, no Museu de Serralves, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, entre várias personalidades políticas e culturais.

António Costa acrescentou ser com “um enorme prazer que o Estado confia à Câmara Municipal do Porto a coleção de que é proprietário, estando certo de que nas suas mãos esta coleção estará (…) sobretudo aberta aos olhos de todos aqueles que queiram visitar” Portugal e “conhecer melhor Joan Miró”.

Dirigindo-se depois ao presidente do Governo espanhol, António Costa assinalou que a mostra e divulgação do acervo do artista catalão é um marco que aprofunda mais ainda a proximidade entre os dois países. “A partir de hoje, o Porto não partilha com Espanha só as águas do Douro, passa também a partilhar com Espanha a presença, a oportunidade de conhecer e a oportunidade de divulgar para todo o mundo a obra de um grande espanhol que produziu uma obra que é hoje património comum de toda a humanidade”.

Por seu lado, o chefe do Governo de Espanha salientou que a exposição de Miró na Casa de Serralves representa “um dos maiores acontecimentos culturais deste ano na Europa”. “Como espanhol, estou reconhecido. A obra de Miró não poderia estar em melhor lugar e em melhores mãos”, acrescentou Mariano Rajoy, afirmando não ter “nenhuma dúvida de que esta exposição vai ser um grande êxito”.

A decisão de entregar a coleção ao Porto foi igualmente saudada na ocasião pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalando que o Governo “soube compreender a situação existente e acolher o que melhor se ajustava ao interesse nacional”.

No final da cerimónia, o autarca do Porto, Rui Moreira, revelou que o Museu de Serralves foi o local escolhido para acolher em permanência o acervo das obras de Joan Miró, destacando o empenho e a “vontade principal” do primeiro-ministro, António Costa, no destino da coleção. “A cidade do Porto ficar-lhe-á reconhecida para sempre”.