home

Cimeira UE/África abre novo espaço de diálogo com menos palavras e mais compromissos

Cimeira UE/África abre novo espaço de diálogo com menos palavras e mais compromissos

O primeiro-ministro congratulou-se hoje em Bruxelas, no final da cimeira UE/África, com as conclusões finais do encontro de dois dias entre os líderes europeus e africanos, destacando António Costa o acordo alcançado para um “grande e ambicioso plano de investimentos para África”.

Publicado por:

Acção socialista

Ação Socialista

Órgão Nacional de Imprensa

O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

Ver mais

Notícia publicada por:

António Costa

Falando à imprensa no final da cimeira, que juntou durante dois dias na capital belga os líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia e dos países da União Africana, António Costa começou por destacar as diferenças que, em sua opinião, distinguiram esta cimeira das anteriores entre as duas organizações, referindo que desta vez os países da União Europeia e da União Africana foram bastante mais pró-ativos para aprovar uma declaração política “mais concreta” e estruturada num calendário “bem mais preciso”, focado nos “mecanismos de financiamento da paz e do desenvolvimento”, com um anexo que “identifica de forma clara que projetos vão ser financiados pelo novo pacote de investimentos para África”.

Para que todo este processo possa decorrer dentro da maior operacionalidade, ainda segundo António Costa, ficou decidido avançar com um conjunto de medidas capazes de proporcionar uma “apertada monitorização” de todos os passos que se derem em matéria de investimentos, tendo também ficado acordado realizar todos os anos, na primavera, reuniões entre a Comissão Europeia e a Comissão da União Africana, aproveitando a ocasião para se fazer o ponto da situação em relação à execução dos projetos.

De acordo com o primeiro-ministro, foi aprovado nesta cimeira a UE avançar com um plano de investimentos para África que “mobilizará cerca de 150 mil milhões de euros”, a aplicar ao longo dos próximos sete anos, constituindo este um primeiro plano regional no quadro da nova estratégia de investimento da União Europeia no continente africano, de resposta à nova Rota da Sede que a China tem já em curso à escala mundial, tese que foi igualmente referida pela líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, que veio lembrar que existe um “grande consenso” europeu e africano sobre “o enfoque na interconexão energética, digital e de transportes”.

Aproximar projetos

Para a presidente da Comissão Europeia, ficou claro no final desta cimeira que ambas as partes estão de acordo sobre a necessidade de se incrementar e melhorar o acesso à rede elétrica no continente africano, com recurso quer à expansão das redes elétricas regionais, quer ao desenvolvimento da “capacidade de hidrogénio”, iniciativas que, segundo Von der Leyen, deverão decorrer a par da otimização do acesso à rede da internet, quer através de cabos submarinos, ligando a Europa e África, quer através de cabos terrestres através das regiões de África.

Paralelamente a estas medidas, ambos os blocos apontam igualmente para a necessidade da construção de corredores estratégicos de transporte através do continente “para aumentar a mobilidade e desenvolver as cadeias de abastecimento continentais”, tendo ainda a União Europeia e a União Africana, como também assinalou, concordado no que respeita à educação, apostar na “valorização da vocação técnica, na formação educacional e no empreendedorismo juvenil”, enquanto que no capítulo da saúde ambas as partes põem o foco, sobretudo, na entrega de vacinas, no seu lançamento e na capacidade local de produção em África.

A líder da Comissão Europeia lembrou ainda que uma das promessas saídas desta cimeira é que a União Europeia vai garantir o fornecimento de “pelo menos 450 milhões de vacinas a África” até meados deste ano e que mobilizará “425 milhões de euros para aumentar o ritmo da vacinação no continente”.

Reforçar o diálogo com a Rússia

Na conferência de imprensa, o primeiro-ministro português teve ainda ocasião para se referir ao conflito na fronteira da Ucrânia, considerando a este propósito que a União Europeia “deve explorar até ao limite” as vias diplomáticas e de diálogo com a Rússia, apenas recorrendo às sanções “como situação limite”.

ARTIGOS RELACIONADOS