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Cimeira: António Costa alerta para a necessidade de a Europa valorizar e aprofundar as relações com África

Cimeira: António Costa alerta para a necessidade de a Europa valorizar e aprofundar as relações com África

O primeiro-ministro participou como observador, no passado domingo, em Adis Abeba, capital da Etiópia, na 36ª Cimeira da União Africana, reafirmando a importância de a Europa continuar a “valorizar as relações com África”.

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António Costa, cimeira da União Africana

António Costa foi o único chefe de Governo europeu presente nesta Cimeira da União Africana, a convite do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que levou a este encontro uma proposta europeia para regular o fluxo migratório, tendo o chefe do Governo português assinalado que a valorização das relações da Europa com o continente africano configura uma decisão estratégica, sobretudo numa altura “em que a Europa está a ser chamada a responder a enormes desafios”.

À margem deste encontro, o primeiro-ministro encontrou-se, em separado, com diversos líderes africanos de países como o Níger, Madagáscar, Ruanda, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, tendo ainda reunido com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, António Vitorino.

Em declarações à agência Lusa, a propósito desta cimeira, António Costa referiu que a vizinhança da Europa com o continente africano tem de abrir novas rotas entre ambos para que o “convívio possa ser devidamente regulado”, e não apenas uma “oportunidade para a criminalidade organizada ou uma ameaça para a vida de todos aqueles que querem encontrar do lado de lá do Mediterrâneo novas oportunidades de vida”, insistindo na ideia de que a Europa precisa “indiscutivelmente de mais recursos humanos”, algo que “África tem em abundância”.

De acordo com António Costa, não basta demonstrar solidariedade e abertura para acolher quem procura na Europa ter melhores dias, insistindo na ideia de que também é preciso que os europeus saibam encontrar novos empregos, ajudando a criar “mais postos de trabalho no continente africano” para que o problema da falta de recursos humanos não se inverta.

Quanto à hipótese, por muitos aventada, do regresso à Europa de algumas indústrias que foram levadas, nomeadamente para a Ásia, o primeiro-ministro português voltou a insistir na ideia de algumas dessas produções industriais poderem “perfeitamente voltar à Europa”, sendo que muitas, como também referiu, “terão todas as condições para se poderem localizar no continente africano”.

Um passo que, na opinião de António Costa, ajudaria a criar empregos sólidos, um bem que em África, como lembrou, continua a ser escasso, e a dar à juventude africana um sinal de esperança no seu futuro, dizendo-lhes que a única alternativa que têm para ter um futuro com maior qualidade não é apenas o de estarem “condenados a pôr a sua vida em risco na travessia do Mediterrâneo”.

Mas, como também lembrou, “nem tudo está por fazer”, recordando os acordos estratégicos estabelecidos há cerca de um ano na cimeira entre a União Europeia e a congénere africana, nomeadamente em relação à diversificação das fontes de energia e ao programa de investimentos europeus em África, matérias, entre outras, como garantiu, que têm avançado “apesar de toda a perturbação que a guerra da Ucrânia introduziu ao longo do último ano”.

Apoio à reeleição de António Vitorino

António Costa mostrou-se ainda confiante na reeleição de António Vitorino à frente da Organização Internacional para as Migrações, garantindo ser este também o desejo manifestado por “todos os líderes africanos” com quem disse ter falado.

Salientando que “a OIM tem feito um trabalho absolutamente extraordinário sob a liderança do doutor António Vitorino”, o primeiro-ministro português realçou, como exemplo desse trabalho, “o grande reforço da presença” da organização no continente africano.

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