CGD teve desvio de 3 mil milhões no plano de negócios gerido pelo Governo PSD/CDS
“Há um desvio enormíssimo no plano de negócios que o Governo anterior geriu com a CGD, que atinge verbas superiores a 3.000 milhões de euros, e que tão diligentemente o Governo anterior acompanhou”, afirmou Mário Centeno aos deputados da comissão, criticando as “cambalhotas ideológicas” que PSD e CDS têm revelado em relação ao banco do Estado. “Atuar sem fazer nada não é a maneira certa de atuar”, acrescentou, dirigindo uma crítica incisiva aos partidos que apoiavam o anterior Governo.
“Nós faremos exatamente o contrário”, contrapôs, sustentando que a CGD precisa de um novo Conselho de Administração, “que está em preparação para tomar posse”, de um novo modelo de governação e de um novo plano de negócios “que estão a ser preparados”.
Considerando ser hoje evidente aos olhos dos portugueses que a “saída limpa” anunciada pelo anterior Governo de direita foi uma saída limpa “pequena” e “varrida para debaixo do tapete”, o ministro deixou a garantia de que o atual Governo está “determinado na procura de uma solução que estabilize o sistema financeiro”, onde a Caixa Geral de Depósitos ocupa uma posição estratégica, necessitando de “tranquilidade”.
“A CGD é um ativo importantíssimo para o sistema bancário português, é uma referência para o país, é um pilar da economia portuguesa e do desenvolvimento económico nacional”, afirmou.
Governo firme na oposição a sanções
Durante a audição parlamentar, Mário Centeno teve ainda oportunidade de reiterar aos deputados a “total e firme” oposição do Governo à eventual aplicação de sanções pela Comissão Europeia a Portugal e que essa posição tem sido intransigentemente defendida em Bruxelas.
“A posição do Governo é de total oposição às sanções. É evidente que a defesa desta posição tem sido feita de forma muito firme junto das instâncias europeias e nos diferentes conselhos onde o Governo português está representado”, afirmou.
O ministro garantiu ainda que todos os argumentos e “fatores de contexto”, referentes ao processo de ajustamento a que o país foi sujeito, “têm sido utilizados pelo Governo português” perante as instâncias europeias, em defesa do interesse nacional.