Cesariny homenageado no 10º aniversário da sua morte
A cerimónia decorreu na igreja do cemitério dos Prazeres, em Lisboa, onde os restos mortais do poeta, falecido em 2006, ficarão agora num jazigo individual com um seu poema como lápide.
Um “ato de homenagem civil e cultural”, que a presença do Presidente da República tornou nacional, referiu José Manuel dos Santos, amigo do poeta e um dos promotores da iniciativa, recordando uma figura que vivia “em nome da poesia, da liberdade e do amor”.
O ministro da Cultura, Castro Mendes, sublinhou também a “homenagem sentida e merecida”, secundado na evocação da memória de Cesariny pelo edil de Lisboa e pela vice-presidente da Assembleia da República, Teresa Caeiro, em representação da família.
“Com a morte pode brincar quem a venceu. É o caso de Mário Cesariny”, assinalou, por seu lado, o Presidente da República, fechando um tributo onde se escutaram registos áudio de poemas declamados pelo próprio poeta e alguns momentos musicais interpretados pelo Ensemble Casa Pia.
Considerado um dos principais representantes do movimento surrealista em Portugal, Mário Cesariny de Vasconcelos foi poeta, pintor, e também desenvolveu um trabalho intenso de recolha, compilação e arquivismo das atividades artísticas.
Recebeu vários prémios pela obra escrita e plástica, nomeadamente o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, e o Grande Prémio EDP de Artes Plásticas. Grande parte do seu acervo artístico e documental encontra-se incorporado na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, que lhe dedica, ao longo da última década, os encontros anuais Mário Cesariny.