Centros científicos com avaliação integrada pela criação de emprego
Durante a inauguração do Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-sustentabilidade da Universidade do Minho, Manuel Heitor salientou que a possibilidade que aquele regulamento dá às unidades científicas de se “reorganizarem” surge “propositadamente em simultâneo” com a oportunidades de as instituições científicas formarem laboratórios colaborativos com unidades empresariais.
“O regulamento é ambicioso, as regras finais são publicadas até ao final da semana e vêm garantir que o processo de avaliação das unidades terá moldes radicalmente distintos daquele que foi feito em 2013, sobretudo simplificando o processo, dando abertura a novas áreas, de uma forma que possamos garantir o contacto real e efetivo entre avaliados e avaliadores”, sublinhou o governante.
E disse esperar um “amplo debate nos próximos meses” sobre a “possibilidade que foi dada para a reorganização das unidades [de investigação]”, vincando que aquela possibilidade não é dada agora por acaso, surgindo “propositadamente em simultâneo com a oportunidade que estamos a dar às próprias instituições formando também com as empresas laboratórios colaborativos”.
A importância dos laboratórios colaborativos, que têm no IB-S um “excelente exemplo”, percorreu todo o discurso de Manuel Heitor porque, apontou, vão ao encontro dos objetivos do Executivo socialista para a ciência.
“A nossa política científica tem um objetivo, o de criar emprego em Portugal”, pontualizou, indicando de seguida que os centros [de investigação] têm que ser para a produção de conhecimento, os laboratórios colaborativos têm que ser para a criação de emprego e “essa é a necessidade que temos de diversificar a organização do sistema científico e a organização das empresas”.
IB-S em Braga e Guimarães
O IB-S está dividido em duas valências, uma em Braga e outra em Guimarães, sendo que a unidade bracarense acolhe laboratórios para ciências biológicas, biodiversidade, biotecnologia e ecologia, enquanto a de Guimarães centra-se nas ciências dos materiais, produção e gestão de energia, sensores, conservação e reabilitação do ambiente construído.
O objetivo daquela unidade de investigação é “colocar a ciência ao serviço de um modelo de vida sustentável e com maior qualidade nos ambientes construído e natural”, contribuindo igualmente para criar ‘spin-offs’, promover formação pós-graduada e difundir conhecimento, em conjunto com empresas, autarquias, associações, particulares e unidades científico-tecnológicas.
Entretanto, e por que é fundamental assegurar as condições de trabalho dos investigadores científicos, o ministro da Ciência colocou-se do lado dos que se manifestavam no Porto pelo fim da precariedade, subscrevendo uma carta que lhe foi entregue e comprometendo-se a agendar uma reunião com reitores e investigadores.