Falando esta quinta-feira aos jornalistas, à entrada da reunião dos líderes do Partido Socialista Europeu (PES), que antecede o Conselho Europeu, em Bruxelas, o Secretário-Geral do Partido Socialista reiterou a tradição do PS de respeito absoluto pelas decisões da justiça, sem deixar de formular uma crítica política ao processo que conduziu a meses de instabilidade no país.
Na leitura do líder socialista, Portugal foi arrastado para um ciclo de crise e eleições quando existiam condições para um esclarecimento político claro, evitando o desperdício de tempo e de recursos públicos.
A este propósito, José Luís Carneiro salientou que, enquanto o país se via mergulhado num clima prolongado de incerteza política e eleitoral, ficaram por responder de forma adequada preocupações centrais dos cidadãos, como a habitação, a saúde e a valorização dos salários.
Questionado sobre a necessidade de eleições legislativas antecipadas, o Secretário-Geral afirmou que esse desfecho não era inevitável, lembrando que a crise resultou da decisão do primeiro-ministro de submeter ao Parlamento uma questão de confiança política, cabendo depois à Assembleia da República avaliar se essa confiança existia.
“O Parlamento exerceu o seu papel soberano e fez o seu juízo”, assinalou, acrescentando que a decisão tomada naquela ocasião refletiu a avaliação política dos deputados sobre a situação concreta vivida pelo país.