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Caso Miguel Duarte: Delegação portuguesa da APCE apela ao princípio da solidariedade

Caso Miguel Duarte: Delegação portuguesa da APCE apela ao princípio da solidariedade

Numa declaração escrita, nove deputados da delegação portuguesa no Conselho da Europa defendem que “a criminalização de pessoas que agem por razões humanitárias em situações em que a vida dos migrantes está em perigo não está em conformidade com o direito internacional”.

“É contrária ao princípio da solidariedade e da ajuda humanitária e uma violação da Convenção Europeia dos Direitos do Homem”, vincam os deputados Ana Catarina Mendes, Duarte Marques, Adão e silva, Luís Ramos, Edite Estrela, Carlos Gonçalves, Telmo Correia, António Filipe e Paulo Pisco, aludindo ao caso dos jovens ativistas portugueses investigados em Itália por suspeita de ajuda à imigração ilegal.

Durante a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que se realizou na cidade francesa de Estrasburgo, o Presidente da República respondeu a várias questões dos membros da Assembleia Parlamentar. Sobre o português Miguel Duarte, investigado por ajudar refugiados, o Presidente da República afirmou que o Estado português está a “fazer tudo o que é possível”, a nível legal, para ajudar os ativistas envolvidos.

Ana Catarina Mendes questiona sobre ameaças à democracia na Europa

“Perante as ameaças à democracia na Europa, [com o discurso de ódio, com as violações aos Direitos Humanos, com os movimentos extremistas e nacionalistas,] como pode Portugal, no seio do Conselho da Europa, garantir que as raízes da democracia se aprofundam cada vez mais?” – questionou a Presidente da delegação portuguesa à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Ana Catarina Mendes, ao Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que se realizou na cidade francesa de Estrasburgo.

Ana Catarina Mendes, Presidente da Delegação portuguesa à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa

O Presidente da República defendeu que a democracia requer “um esforço diário” porque “nunca está completa”, reiterando apelos ao combate à corrupção e à autonomia dos magistrados. O Chefe de Estado português defendeu que “a democracia é algo que requer esforço todos os dias, é algo que nunca está completo”.

O Conselho da Europa foi criado em 1949 no final da II Guerra Mundial com o intuito de promover a defesa do Direitos Humanos e concluir acordos à escala europeia para alcançar uma harmonização das práticas sociais e jurídicas em território europeu.

É, atualmente, a maior e mais antiga organização intergovernamental com caráter político, integrando 47 países, incluindo todos os Estados-membros da União Europeia e 21 países da Europa Central e Oriental.

Para além dos Estados signatários, foram aceites pelo Conselho da Europa como observadores os Estados Unidos da América, o Canadá, a Santa Sé, o Japão e o México. Israel é observador da Assembleia Parlamentar.