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HÁ OUTRO CAMINHO, HÁ UM CAMINHO MELHOR

HÁ OUTRO CAMINHO, HÁ UM CAMINHO MELHOR

HÁ OUTRO CAMINHO, HÁ UM CAMINHO MELHOR

Lisboa, 31 de agosto de 2015

Caras e Caros Amigos,

Ao longo desta semana, procurei sintetizar nestas cartas o que julgo serem as principais decisões que teremos de tomar nestas eleições, o que penso sobre cada uma delas e como as pretendo pôr em prática. Quero agradecer a vossa atenção e aos órgãos de comunicação social que dia a dia as foram publicando.

Num tempo em que o debate político tantas vezes se degrada no fait divers, no “diz que disse”, é essencial centrar o debate no que importa: Que visão estratégica temos para o país? Como nos queremos desenvolver? Que modelo social queremos partilhar? Que estratégia económica para relançar a economia? Como nos devemos posicionar na Europa?

A abordagem coloquial destas cartas não substitui, naturalmente, a leitura detalhada dos documentos programáticos que estruturam a nossa Alternativa de Confiança. Mas permite enunciar quatro diferenças essenciais em relação à coligação de direita:

  1. Queremos virar a página da austeridade, em alternativa à opção pelos baixos salários, a asfixia da tesouraria e o endividamento das empresas, a resignação perante o desemprego e a emigração;
  2. Propomos o investimento no conhecimento e na inovação como chaves do desenvolvimento, em alternativa ao projeto da direita de procurar a competitividade pelo empobrecimento e a precariedade do trabalho;
  3. Garantimos a sustentabilidade da segurança social, o desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde e o alargamento e qualificação da escola pública, contra o programa da direita de privatizar a receita da segurança social, a saúde e a educação.
  4. Defendemos um novo impulso à convergência com a economia europeia, que defenda os interesses da economia nacional contra a submissão da direita, que usou a troika e usa a UE como alavancas do seu projeto de destruição do estado social.

Estas diferenças têm necessariamente expressão nas diferentes medidas que estão em confronto: aceleramos a eliminação da sobretaxa de IRS para aliviar a asfixia da classe média, como propomos, ou fazem um novo corte de mais 600 Milhões de euros nas pensões, como quer a direita? Centramos as políticas ativas de emprego na contratação efetiva de jovens licenciados que modernizam as empresas e melhoram a sua produtividade, como propomos, ou continuam a financiar ocupações precárias, sem dignidade e sem futuro, que fomentam a emigração dos jovens qualificados? Diversificamos as fontes de financiamento da segurança social para garantir a sua sustentabilidade, como propomos, ou metem-nos na aventura de parte importante da receita ser canalizada para fundos privados, confiando a segurança das poupanças no jogo da especulação? Batemo-nos por um programa que financie os investimentos essenciais para a convergência – qualificações, modernização do Estado, eficiência energética, inovação, desendividamento das empresas, como propomos, ou continuamos a ser aplicados alunos do programa de estagnação, desemprego e emigração?

Mil outras escolhas traduzem estas diferenças: desenvolvemos o Serviço Nacional de Saúde com mais unidades de saúde familiar ou desmembramo-lo distribuindo hospitais por misericórdias? Alargamos o pré-escolar até aos 3 anos ou gastamos os recursos a financiar novas turmas em colégios privados? … – o espaço não me permite mais que estas ilustrações.

Não, as políticas não são todas iguais e cabe aos cidadãos escolherem com o seu voto o caminho que querem para Portugal. Há outro caminho, há um caminho melhor.

O Partido Socialista apresentou uma estratégia para a década que rasga horizontes mobilizadores; apresentou um programa de governo que assume compromissos escritos com os cidadãos; apresentou as contas feitas que garantem confiança na alternativa; apresentou uma equipa renovada, com mulheres e homens de várias gerações, muitos com experiência política no governo da República, no governo Regional dos Açores, em municípios e freguesias, no parlamento, mas que foi capaz de se abrir e atrair cidadãos com provas dadas na ciência, na cultura, na economia, nos movimentos sociais, que sentem ser este um momento irrecusável para dizer presente!

É a hora de mobilizar Portugal e unir os portugueses.

Falta um mês e quatro dias para os portugueses poderem, por fim, falar e escolher. Apelo a todos para, juntos, abrirmos um novo caminho, este outro caminho, um caminho melhor, que devolva esperança aos portugueses e confiança em Portugal.

Agradeço a vossa atenção para esta extensa carta e a todas e a todos um abraço muito afetuoso,

António Costa

1ª Parte – PORQUE VOS ESCREVO?

2ª Parte – DEVEMOS CONFIAR NO FUTURO DE PORTUGAL!

3ª Parte – O CONHECIMENTO E A INOVAÇÃO SÃO A CHAVE DO DESENVOLVIMENTO.

4ª Parte – DEFENDER OS SERVIÇOS PÚBLICOS, CONTRA A SUA PRIVATIZAÇÃO.

5ª Parte – VIRAR A PÁGINA DA AUSTERIDADE, RELANÇAR A ECONOMIA.

6ª Parte – EMPREGO, A CAUSA DAS CAUSAS.

7ª Parte – NOVO IMPULSO À CONVERGÊNCIA COM A EUROPA.