Carlos Zorrinho defende criação de uma União da Proteção Civil
“O caráter sistémico daquilo que sucedeu implica uma resposta sistémica, no ordenamento florestal, no combate à desertificação do interior, no reforço da prevenção e na atualização dos dispositivos de proteção e socorro”, sustentou o eurodeputado, retomando a ideia de um mecanismo europeu com recursos próprios para a prevenção e resposta a catástrofes naturais.
Ao intervir no ponto da ordem de trabalhos relativo aos incêndios florestais em Portugal e Espanha, Zorrinho observou que “o esforço coletivo que cada país afetado terá que fazer para responder desde às necessidades geradas pelas catástrofes e para impedir a sua repetição, tem também que ser complementado com a tradução prática da solidariedade europeia em medidas concretas.”
Solidariedade europeia
Sublinhando “a pronta disponibilidade das instituições para acionar de forma ágil os mecanismos de apoio”, de acordo com o deputado ao Parlamento Europeu, “a candidatura conjunta de Portugal e Espanha aos fundos de emergência ajudará certamente à prontidão da resposta”, na justa medida em que “as instituições europeias têm manifestado consciência do caracter excecional das condições climáticas que agravaram a dimensão das catástrofes humanas, sociais, ambientais e humanas económicas provocadas pelos incêndios florestais que ocorreram este verão em Portugal e Espanha.”
“A não contabilização do investimento de recuperação e prevenção para efeitos de défice estrutural é uma medida apropriada, inteligente e que deve ser saudada”, considerou Zorrinho, que antes recordara a “memória dura” decorrente da enorme tragédia dos incêndios que se salda por “mais de uma centena de mortos e muitas centenas de feridos, a destruição de património natural e construído de valor incomensurável”.
Para além da valentia dos bombeiros a quem chama de “heróis”, Carlos Zorrinho entende que a Europa tem o dever de responder àquilo que “as pessoas precisam e quando precisam de forma solidária”.
“Precisamos de uma União da Defesa, de uma União da Segurança e também de uma União da Proteção Civil”, defendeu o parlamentar socialista, que na intervenção fez questão de “agradecer em nome de Portugal e dos portugueses o gesto profundamente simbólico de doação às vítimas do montante do Prémio Princesa das Astúrias concórdia, atribuído à União Europeia”.