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Carlos César defende percurso de exigência para que Estado não volte a falhar

Carlos César defende percurso de exigência para que Estado não volte a falhar

O presidente do Grupo Parlamentar do PS, Carlos César, manifestou hoje o sentimento e a solidariedade do Partido Socialista pelas vítimas atingidas pela tragédia dos incêndios do último fim de semana, recordando a afirmação do primeiro-ministro de que “nada pode ficar como dantes” para defender a exigência de que o Estado e os sistemas públicos não podem voltar a falhar.

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Carlos César defende percurso de exigência para que Estado não volte a falhar

“Hoje, neste Dia de Luto Nacional, esta Câmara tem de cumprir, à cabeça, o seu doloroso dever: manifestar o seu sentido pesar e expressar a sua profunda solidariedade a todos e a cada um dos membros das famílias das vítimas, mas, também, a todos os Portugueses. É que todos nós fomos feridos em mais esta desmedida tragédia”, afirmou o presidente do PS numa intervenção sobre o voto de pesar da Assembleia da República pelas vítimas dos fogos florestais.

Ao lembrar que os socialistas estiveram em todos os lugares do país “ao lado dos que sofreram, dos que sofrem e dos que alimentam a esperança de não voltarem a sofrer”, Carlos César exprimiu uma “grande mágoa” por se verificar da pior forma que “ao longo dos anos, de muitos anos, situações, com a perigosidade e as terríveis consequências que suportámos, não foram eficazmente prevenidas e evitadas”.

“Sentimos que o País, o Estado, os governos ou os serviços e sistemas públicos não podem mais falhar. Sentimos que todos temos que encontrar os caminhos para que seja diferente”, afirmou o líder parlamentar do PS, exortando a que o empenho para esses efeitos não seja o do “desperdício de disputas sem nexo nem a do restrito combate partidário”, mas sim o “do combate coletivo a eventos e devastações como as que temos experimentado e que podem ser diminuídos nos seus danos”.

“Sentimos que a própria democracia depende desse discernimento e do sucesso dessas confluências mais ativas e construtivas”, sublinhou, manifestando-se convicto de que, como salientou o primeiro-ministro, “nada pode ficar como dantes”.

Num testemunho pessoal, Carlos César lembrou as suas dolorosas experiências no exercício de outras funções públicas, enquanto presidente do Governo Regional dos Açores, em que provou “várias vezes este fel amargo da morte de amigos e concidadãos”.

“No dia último deste mês, por exemplo, completar-se-ão 20 anos após as derrocadas que atingiram a freguesia da Ribeira Quente, na ilha de São Miguel, em que faleceram esmagadas pela montanha vinte e nove pessoas, muitas das quais segurei com as minhas mãos, com idades entre as três semanas e os setenta e seis anos. Sei bem, por isso, como esses sofrimentos consumados também nos fazem sofrer e nos podem fazer ser mais vigilantes e determinados”, recordou.

“Organizar, coordenar, prevenir, combater”, citou Carlos César do voto de pesar da Assembleia da República para sublinhar as tarefas que “todos, mas todos, temos o dever de empreender com melhores resultados, neste “novo ciclo” que temos a obrigação de intentar, como disse o senhor Presidente da República”.

“Este dia de dor é, também, por conseguinte, um dia de um percurso de exigência”, concluiu o líder parlamentar do PS.