Carlos César afiança que PS continuará diálogo à esquerda
“Continuaremos o nosso diálogo com todas as forças políticas, sem exceção, seja na Lei de Bases da Saúde, onde me parece possível designadamente um acordo à esquerda, seja no caso da Lei de Bases da Habitação, no Programa Nacional de Investimentos ou na legislação laboral”, garantiu hoje o líder parlamentar do PS, no Parlamento.
No final da reunião semanal da bancada socialista, Carlos César apontou que tem havido diálogo entre as diferentes forças políticas, por isso é provável que a nova Lei de Bases da Saúde seja aprovada ainda nesta legislatura.
“Vamos ver se essas diferenciações são ou não suficientes para haver uma dissonância numa votação final global”, afirmou o também presidente do PS, sublinhando que a “obrigação” do partido é “procurar a concertação”.
Quanto ao resto das matérias em discussão na Assembleia da República, Carlos César explicou que “só terão conclusão, provavelmente, depois das eleições europeias” do próximo dia 26 de maio.
“Temos ainda algum tempo para trabalharmos em conjunto e procurarmos boas soluções. Mas o PS, no Parlamento, reserva para si a função de não só defender as suas convicções, mas, igualmente, procurar com outros partidos a maior concertação possível”, frisou.
Proposta do PSD para professores assemelha-se a carro sem travões
Carlos César defendeu que “a adoção dos nove anos no tempo de recuperação de serviço” dos professores “é incomportável do ponto de vista orçamental” e afiançou que o PS não subscreve a “ilusão de aprovar nove anos e ter uma norma que condicione a sua execução”.
Segundo o líder parlamentar socialista, esta proposta do PSD, na prática, pode assemelhar-se a duas situações: “Ou propõe um carro sem travões, que naturalmente se despistará, ou um carro travado, que naturalmente não andará”.
“Portanto, o que está aqui em causa é uma norma com sentido irresponsável ou uma norma que se destina a iludir os professores”, acrescentou.
Quanto à reviravolta do PSD nesta matéria, o presidente da bancada do PS deixou um recado: “Se agora entender que [ a proposta ] não é correta e não é responsável, ainda bem, bem-vindo à racionalidade”.
Carlos César afirmou depois que “o Partido Socialista tem uma atenção muito especial ao equilíbrio das nossas finanças públicas e à boa imagem da gestão das contas públicas no exterior e, também, para salvaguardar situações que não comprometam o nosso futuro e que não nos obriguem a voltar para trás”.