“Candidato-me para resolver os problemas do país, em nome de um projecto de modernização”
No frente-a-frente entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite, transmitido hoje pela SIC, o secretário-geral socialista afirmou candidatar-se “para resolver os problemas do país, em nome de um projecto de modernização”, e lamentou que a presidente social-democrata “goste sempre de se definir como a antítese” de si e do PS.
“Acho que a Drª Manuela Ferreira Leite passa a vida a explicar aos portugueses o que não se pode fazer. Mas já vem sendo altura de dizer ao país o que os portugueses podem e devem fazer. Não se limite a atacar-me, à maledicência”, convidou José Sócrates, que concluiu que entre si e Manuela Ferreira Leite, além de diferenças de agendas económicas, há também diferenças de atitude, acusando a candidata do PSD de ser “negativista” e “pessimista”, lembrando nunca ter visto “um pessimista criar postos de trabalho”.
O líder socialista sustentou que, durante a sua governação, colocou em dia as contas públicas e que, em 2007, a economia cresceu mais do que nos três anos de Governo social-democrata, estando Portugal “a criar empregos”: “o que fizemos foi agir. Podemos ter cometidos erros, mas agimos”, sublinhou o líder do PS, adiantando que o seu Governo, até Agosto, ajudou 37 mil empresas, enquanto, em 2003, ano marcado por uma recessão e pela liderança do PSD, foram ajudadas 1.503 empresas.
No tema da educação, José Sócrates afirmou que tudo o que fez foi “para servir o País”, recordando a introdução do inglês a extensão de horários nas escolas, o estudo acompanhado e a música.
Recorrendo ao programa de governo do PSD, o secretário-geral socialista acusou Manuela Ferreira Leite de esconder dos portugueses o futuro da Segurança Social, alegando que, de forma não assumida, os sociais-democratas aludem à possibilidade de “passar para o privado” uma parte das contribuições dos portugueses: “tem medo dessa proposta e então não a escreve. Não é assumida porque estamos em tempo de eleições”, José Sócrates, depois de lembrar que o PSD apresentou durante a liderança de Marques Mendes um projecto de lei nesse sentido.
José Sócrates acusou ainda Manuela Ferreira Leite de “oportunismo político”, por ter deixado de fora medidas defendidas ao longo dos últimos quatro anos pelo PSD, como a introdução de portagens nas Scut, insistindo que a presidente do PDS muda as suas convicções, por ter assumido o compromisso de fazer quatro linhas de comboio de alta velocidade quando era ministra das Finanças. O líder socialista recordou ainda que o IMI e o PEC, impostos que o PSD quer extinguir, foram criados pela própria Manuela Ferreira Leite.