Campanha contra violência no namoro (I)
A campanha #NamorarSemViolência – disponível a partir de hoje – é apadrinhada pelo cantor e compositor AGIR, que gravou uma mensagem, e tem por base pequenos vídeos gravados por cada um dos influenciadores, com presença ativa nas plataformas sociais Tik Tok e Instagram, que serão partilhados nas suas páginas.
A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, salienta que a campanha tem como objetivo “reforçar o conhecimento e a divulgação sobre as linhas de apoio que existem”, além de pretender fazer um apelo à denúncia e à procura de informação, desde logo através da linha da Comissão para a Cidadania e a Igualdade Género (CIG) 800 202 448 ou do número de sms 3060.
A este propósito, Rosa Monteiro referiu o mais recente relatório do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, na sigla em inglês) onde se conclui que, na União Europeia, cerca de 20% das raparigas entre os 18 e os 29 anos diz ter sido vítima de assédio sexual online.
A governante assinala, também, que relatório nacional da cibersegurança de 2019 revela que, em Portugal, o discurso e a violência online “é pouco considerado pelas próprias pessoas”, pelo que são precisas “mais e melhores ferramentas para conhecer e combater o fenómeno”, acrescentando que os adultos devem, igualmente, estar mais preparados, nomeadamente através de cursos de literacia digital, tendo em conta a “quantidade de horas considerável que neste momento todas as pessoas em geral passam» frente aos computadores ou telemóveis”.
É preciso “monitorizar estes novos fenómenos”, mas, também, criar “mais mecanismos para tornar efetivo o seu combate”, além de mais prevenção, apontou Rosa Monteiro.
Apresentação
A apresentação da campanha #NamorarSemViolência decorrerá num webinar, que servirá também para apresentar os dados de dois estudos sobre violência no namoro, um da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) e outro da Associação Plano i.
Os dados da UMAR mostram que 58% de jovens até ao 12º ano de escolaridade reportam já ter sofrido pelo menos uma forma de violência e que 67% de jovens consideram como natural algum dos comportamentos de violência. Os dados da associação Plano i – cujo estudo incide sobre a população universitária – mostram, por seu lado, que 53,8% de jovens já sofreram pelo menos um ato de violência no namoro, o que demonstra que continua a haver tolerância social perante o fenómeno, sendo por isso necessário mais trabalho de informação, esclarecimento e de dar visibilidade.
Rosa Monteiro salientou ainda que, no último trimestre de 2020, arrancaram mais cinco projetos, financiados pela CIG, dedicados à intervenção primária entre crianças e jovens, entre eles um projeto da associação Plano i para “trabalhar masculinidades violentas e agressivas”, envolvendo 34 escolas parceiras “para trabalhar ferramentas de autorregulação emocional”.