“Nós não podemos sair desta crise com a legislação de trabalho que tínhamos quando esta crise começou”, afirmou António Costa, na sessão de apresentação da sua moção ao Congresso do PS.
No seu discurso, o líder socialista observou que a crise decorrente da pandemia “deixou bem patente o grau de desregulação que existe hoje nas relações de trabalho” e expondo “muitas pessoas a uma enorme fragilidade”, dando ênfase ainda maior à necessidade de reenquadrar o combate à precariedade e de promover, em particular, “a valorização dos salários dos trabalhadores jovens”.
“Hoje não se trata só de fazer a conciliação entre a vida familiar, pessoal e profissional. Não se trata só de continuar a trajetória de aumento dos rendimentos. Trata-se de assegurar trabalho digno e com direitos para todos aqueles que trabalham, qualquer que seja a sua atividade”, defendeu.
Reforço do SNS e da descentralização de competências
Na sua intervenção, António Costa reiterou, também, que é fundamental para o país sair da crise provocada pela pandemia “com um Serviço Nacional de Saúde mais robusto”, sobretudo no reforço dos meios dos cuidados primários, garantindo “uma resposta de proximidade”, tópico sobre o qual sublinhou ainda a importância das boas políticas a nível local.
“Esta crise, aliás, demonstrou como não teria sido possível responder como se respondeu, se não tivesse havido esta mobilização coletiva e esta participação ativa de todos os autarcas”, disse o líder socialista, sublinhando que o próximo ciclo autárquico, até 2025, será “da maior importância”.
“Vamos pôr em prática todo o quadro legislativo que aprovámos, de descentralização de competências e de recursos para as autarquias locais”, lembrou António Costa, acentuando que este caminho será determinante para, posteriormente, dar “o passo seguinte que é necessário dar” e “cumprir aquilo que a Constituição prevê em matéria de regionalização”.