Câmara de Lisboa quer gestão da Carris e Metro
Num documento intitulado “Princípios e modelo proposto para a gestão municipalizada dos sistemas públicos de transporte urbano operados pela Carris e pelo Metropolitano de Lisboa”, António Costa lembra ao Governo que este tem uma série de obrigações, como “respeitar e reintegrar os direitos patrimoniais” do município, “quer através do ressarciamento que a este é devido pela transferência para o Estado dos ativos e posições jurídicas de que o município era titular relativamente ao Metropolitano de Lisboa e à Carris, quer também no que respeita a qualquer aproveitamento futuro de bens dominiais municipais”.
Entre as competências que a câmara se propõe assumir estão as de “planeamento e gestão das redes e frotas”, “fixação de tarifas e preços” e “definição de níveis de serviço e de objetivos de gestão operacional”.
Entretanto, os pedidos de apreciação parlamentar do PS aos decretos-lei que estabelecem as concessões da Carris e do Metro de Lisboa a privados foram chumbados pela maioria de direita.
“É mais uma manifestação do preconceito ideológico do Governo em todo o seu esplendor”, acusam os deputados socialistas, lembrando que o Executivo de Passos e Portas “tinha as garantias que a municipalização destes serviços, prestados pela Carris e Metro de Lisboa, não seriam mais onerosos para o Estado”.
Nas propostas apresentadas, os deputados socialistas pretendiam alterar os regimes definidos nos diplomas do Governo, “indo ao encontro daquela que é a posição, genérica, do Governo e que traduz uma lógica de abertura ao municipalismo e ao intermunicipalismo na gestão dos transportes coletivos”, referem na sua declaração de voto.
“Parece que o Governo e a maioria só pretendem restringir essa abertura a Lisboa”, acusam os deputados do PS, sublinhando que a Câmara de Lisboa “sempre manifestou a sua disponibilidade para acordar, com o Governo, uma partilha de responsabilidades e de riscos”.
MUNICIPALIZAÇÃO DAS EMPRESAS PÚBLICAS DE TRANSPORTE
Na Agenda para a Década (2015-2024), o PS propõe-se, nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, “promover a municipalização das empresas públicas de transporte, assegurando assim a integração harmoniosa com as políticas urbanas e de ordenamento do território”.