Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola defende que José Sócrates "ganhou …

Em entrevista à Agência Lusa,  o presidente da Câmara do Comércio e Indústria Luso-Espanhola, Enrique Santos, defende que a aposta de José Sócrates no relacionamento com Espanha foi “ganha” e as actuais relações “fluídas, saudáveis e sem atritos” trazem “claras vantagens” às empresas.

Enrique Santos destaca que – apesar da quebra no intercâmbio comercial registada este ano, em consequência da crise económica internacional – quer o comércio, quer o investimento bilateral têm registado “crescimentos importantíssimos”, acrescentando que “em 1986 Portugal vendia para Espanha cerca de 786 milhões de euros de produtos e serviços e, no ano passado, chegou aos 9,2 mil milhões de euros. No início dos anos 80, a presença portuguesa em Espanha era nula e, actualmente, existem mais de 500 empresas participadas por capital português, tendo Portugal ocupado em 2008 a quinta posição no ‘ranking’ dos investidores estrangeiros em Espanha”.

Para Enrique Santos, “o excelente relacionamento pessoal e a sintonia política” entre José Sócrates e o seu congénere espanhol, José Luis Zapatero, “também têm contribuído para que as relações se mantenham fluidas e saudáveis, sem atritos e com claras vantagens para o mundo empresarial”.

Quanto aos alertas lançados em Portugal contra a “ameaça económica espanhola” são encarados pelo presidente da CCILE como “resistências, compreensíveis nalguns casos”, ao “novo ciclo de relacionamento tão dinâmico” entre os dois países. Enrique Santos acrescenta, no entanto, que “a mentalidade dos gestores portugueses tem mudado e existe uma nova atitude perante esta situação”, afirmando que “os actuais empresários estão conscientes de que a “ameaça” não tem sentido num mundo cada vez mais globalizado e de que o investimento estrangeiro cria emprego, apesar de os centros de decisão estarem fora”.

Para o presidente da CCILE, a aposta do primeiro-ministro José Sócrates em Espanha faz “todo o sentido”: “Para Portugal, o mercado espanhol apresenta uma série de vantagens competitivas em relação a outros mercados, qualquer que seja a estratégia de internacionalização que implemente o governo português”.