Brexit: António Costa favorável a adiamento da saída do Reino Unido da UE
Pronunciando-se sobre as notícias veiculadas no domingo pela imprensa britânica, que davam conta da disponibilidade da União Europeia para aceitar uma extensão do Artigo 50 caso esta fosse requerida pela primeira-ministra britânica, Theresa May, o primeiro-ministro português disse encarar aquelas informações de “uma forma positiva”.
“É a visão de que se não é possível resolver em duas semanas, damos a oportunidade para resolver em mais tempo, mas sobretudo não vamos desistir de criar condições para que não haja ‘Brexit’ ou a haver ‘Brexit’ ele se desenvolva de uma forma articulada e planeada e não de forma caótica, como estava à beira de acontecer. Tudo o que se possa fazer para evitar um ‘Brexit’ caótico é desejável e saudável”, defendeu.
No domingo, o jornal britânico The Guardian noticiou que a União Europeia está aberta a permitir o adiamento do ‘Brexit’ até 2021, caso o Governo de Theresa May continue a não conseguir fazer passar um acordo de saída na Câmara dos Comuns, uma informação já negada pela Comissão Europeia.
Por sua vez, o também britânico The Telegraph deu conta da intenção de Theresa May de adiar a saída do Reino Unido do bloco comunitário por dois meses.
Questionado sobre qual das duas opções preferia, o primeiro-ministro contrapôs que a sua preferência era que não houvesse ‘Brexit’. “Já não estamos a falar da base da preferência. Aquilo que é de todo indesejável e que temos de evitar é que o ‘Brexit’ se desenvolva de forma caótica”, reiterou.
“A deliberação do parlamento britânico de que não deveria haver ‘Brexit’ sem acordo impôs aqui duas condições: ou que haja acordo a tempo e horas ou que haja um prolongamento do prazo da negociação. Vamos aguardar. Eu espero que não seja uma agonia, mas que pelo contrário tenha um efeito positivo”, respondeu em reação a uma pergunta sobre se o adiamento da saída do Reino Unido do bloco comunitário seria prolongar a agonia provocada pela incerteza sobre um ‘Brexit’ sem acordo.