Depois de criticar as afirmações proferidas pelo líder do maior partido da oposição, que ontem, num encontro partidário no Funchal, defendeu ter chegado a hora de o PSD governar, António Costa foi claro ao lembrar que este Governo governa, porque a maioria dos portugueses assim o decidiu há pouco mais de um ano, e que cada dia em que a vida dos portugueses melhora, como é confirmado por todas as organizações nacionais e internacionais, desde o INE, à Comissão Europeia ou à OCDE, entidades que já confirmaram que Portugal foi o “terceiro país que mais cresceu na União Europeia no ano passado”, maior é a dificuldade que a direita tem “em derrubar este Governo e em substituir o PS na governação do país”.
O primeiro-ministro criticou ainda o “frenesim” da direita e do PSD, e do seu líder em particular, em querer criar uma crise política que é “absolutamente indesejada pelos portugueses e contrária aos interesses nacionais”, referindo, contudo, entender esta impaciência da direita porque já percebeu, disse ainda António Costa, que o “ciclo económico mudou e que ainda não foi desta que o diabo chegou”.
Quanto à questão de como é que a economia chega às pessoas, o primeiro-ministro defendeu que a forma mais expedita, e aquela que o Governo tem vido a defender desde o início, é através do “emprego, emprego, e mais emprego”, reafirmando que Portugal está hoje com o emprego “em máximos históricos”, confirmados pelo aumento dos rendimentos declarados à Segurança Social, “em cerca de 11,7% no primeiro trimestre de 2023”, voltando a mencionar que, no conjunto dos países da OCDE, “Portugal é o segundo país onde o rendimento real mais cresceu”.
Neste debate, o primeiro-ministro referiu-se também à TAP, em resposta a uma questão colocada pelo PCP, garantindo que o Governo está a trabalhar para encontrar um parceiro “com a estratégia correta” para que a companhia aérea nacional possa continuar a “assegurar a sua função no desenvolvimento da economia do país e na coesão territorial”, destacando ainda a sua decisiva importância na “ligação com as comunidades e os países de língua portuguesa”.
Reprogramação do PRR
Na segunda ronda do debate, António Costa anunciou que o Governo vai entregar ainda esta semana à Comissão Europeia a reprogramação do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), garantindo que o executivo “está confiante e tranquilo quanto à sua execução”, voltando a lembrar que o Governo português já tinha revelado estar em conversações com Bruxelas para a “reprogramação do PRR, quer em termos de verbas, quer de adaptação de projetos”.
Lembrou que neste momento já estão contabilizadas “78% das verbas do PRR e com quem o Governo as vai executar”, afastando assim as preocupações do PSD quando ao eventual atraso na execução do plano, assegurando António Costa não haver nenhuma razão objetiva que diga que o plano não vai ser cumprido “a tempo e horas” e nos seus “diferentes marcos e nas diferentes metas”.
Para o primeiro-ministro, este ano de 2023 vai ser “crucial” para que todo o plano possa estar executado até 2026, lembrando os obstáculos e as muitas dificuldades que o país teve de contornar, desde o “impacto negativo da inflação, até à carência de mão-de-obra em certos setores”, voltando a destacar que a estratégia do Governo tem sido, desde o primeiro dia, “dar um passo de cada vez”, o que tem ajudado a “reforçar a confiança” dos portugueses nas instituições e no Governo. António Costa fez também questão de referir que os portugueses “sabem que, quando temos oportunidade, podemos ir mais longe”, dando a este propósito o exemplo do aumento intercalar das pensões no próximo mês de julho.