Autarquias devem ser motor de crescimento económico

O convidado de honra do Jantar/Debate, Manuel Caldeira Cabral, dirigiu críticas ao Governo e alertou para a importância dos municípios no relançamento da economia nacional.

Rodeado de um painel de ilustres convidados, Manuel Caldeira Cabral apelou à união de sinergias das autarquias e criticou a falta de investimento em intervenções de menor dimensão, como nos mercados municipais. “Os mercados estão envelhecidos e degradados”, vincou, acrescentando que é crucial “incentivar o consumo de produtos nacionais”.

O economista centrou grande parte da sua intervenção no turismo, sugerindo às pessoas que visitem as cidades portuguesas para constatarem que “os sítios mais bonitos das cidades não são muitas vezes acessíveis e demasiadas vezes estão fechados”. “Que tiros nos pés andamos a dar?”, questionou, vincando que é um crime “ter edifícios históricos em decadência no centro das cidades em vez de lhes dar função económica”.

Manuel Caldeira Cabral realçou o “impacto brutal” das “pequenas coisas” que ajudam as autarquias e também o país a crescer. “As câmaras podem ter um papel muito importante no crescimento económico”, defendeu, frisando que este “não é uma soma, mas uma multiplicação”.

Durante o dia, os alunos assistiram a duas aulas com António Covas, que traçou o cenário do futuro das autarquias portuguesas no século XXI, e Fonseca Ferreira, que sustentou serem necessárias “mudanças na governabilidade das autarquias”.

A terminar mais um dia de trabalhos, Adelino Maltez foi o anfitrião do Café literário, trazendo à tertúlia autores de esquerda como Antero de Quental e Mário Sottomayor Caria.