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Austeridade faz cair PIB por terceira vez consecutiva

Austeridade faz cair PIB por terceira vez consecutiva

Pedro_Nuno_Santos_em_Plenrio.pngO Partido Socialista considera que a contracção registada no Produto Interno Bruto pelo terceiro trimestre deste ano confirma o “impacto recessivo profundo” da austeridade, num Governo em que o ministro da Economia não existe.

O deputado socialista Pedro Nuno Santos reagiu assim aos números avançados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística que revelam uma queda do PIB de 1,7pontos percentuais no terceiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano anterior.

“Temos a confirmação de que a austeridade tem impacto recessivo profundo. Sabemos que uma das razões para este agravamento da quebra do nosso crescimento tem a ver com a quebra de confiança das famílias, a quebra no consumo. Isso decorre do anúncio das medidas de austeridade e do impacto que algumas já foram implementadas”, disse Pedro Nuno Santos aos jornalistas, acrescentando que o PS mantém que não se deve “ir além da austeridade que é exigida para garantir o financiamento da nossa economia e para cumprir as metas e para cumprir as metas que acordámos”.

Pedro Nuno Santos referiu-se às declarações do ministro da Economia que hoje disse que 2012 seria o ano que marcaria o fim da crise, contrapondo que não se consegue “resolver a recessão económica em Portugal com proclamações, mas sim com políticas”.

“Essas não existem neste Orçamento, nem no discurso do ministro da Economia. Nós temos um Governo dirigido pelo ministro das Finanças, onde o ministro da Economia não existe, não tem palavra, nem tem força”, enfatizou.

Recorde-se que na estimativa rápida das contas nacionais do INE, este é o terceiro trimestre consecutivo em que a economia portuguesa encolhe em comparação com o ano anterior. Em cadeia, isto é, face ao trimestre anterior, também se registou uma quebra, de 0,4%.

O INE explica o agravamento do ritmo de queda do PIB pela desaceleração das exportações, pela “redução mais expressiva do investimento” e porque o consumo das famílias “manteve uma acentuada diminuição”.

Estes dados significam que em todos os trimestres deste ano, o PIB caiu face ao mesmo período do ano anterior e com uma tendência de agravamento: -0,4% no primeiro trimestre, -1%no segundo e -1,7% no terceiro.

Há dois anos que não se registava uma variação homóloga trimestral tão negativa do PIB.

De salientar que os números avançados pelo INE são uma estimativa rápida. O departamento estatístico do Estado vai divulgar os resultados correntes das contas nacionais trimestrais para o terceiro trimestre a 9 de Dezembro.