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"Austeridade em cima de austeridade não é o nosso caminho"

"Austeridade em cima de austeridade não é o nosso caminho"

SG_debateO líder do PS, António José Seguro, distanciou-se hoje do que diz ser um modelo de “somar austeridade a austeridade, que diz ter sido assumido pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, como forma de sair da crise.

Seguro foi questionado sobre as políticas do novo Governo pela diretora de campanha do PSOE, Elena Valenciano, no arranque de um debate que reúne líderes progressistas e socialistas em Madrid, que contou com François Hollande no discurso de abertura, seguida da intervenção do secretário-geral do PS, e cujo encerramento coube a Lula da Silva.

“Perguntou-se sobre as diferenças com Pedro Passos Coelho em Portugal. Há uma diferença profunda: o primeiro-ministro português acredita que somando austeridade a austeridade resolve os problemas das contas públicas. E que resolvendo os problemas das contas públicas, como por automatismo, o país começa a crescer automaticamente”, respondeu António José Seguro ao repto lançado por Elena Valenciano.

“Não concordo. Considero que é necessário agir dos dois lados. A austeridade é importante para consolidar as contas públicas, mas se gerar recessão é um disparate, como aconteceu na Grécia”, reforçou a dado momento.

Para “evitar esse disparate”, afirmou, António José Seguro defendeu uma “estratégia sustentável de crescimento económico” apoiando o setor exportador e as PME para que possam produzir “bens transacionáveis”, aumentando a produção nacional e assim “criar riqueza, crescer e gerar novos empregos”.

Neste capítulo, o secretário-geral do PS insistiu que “os mercados devem estar aos serviços das pessoas, e não a economia e as pessoa ao serviço dos mercados.Sempre fomos defensores de uma economia de mercado, mas não numa sociedade de mercado. E estamos a transformar-nos numa sociedade de mercado.Nesta era de turbulência, que está mais abrigado são os especuladores que têm paraísos fiscais. Quando há 40 milhões de europeus que não podem ter mais que uma refeição por dia”, disse.

“No meu país um em cada três jovens não tem emprego. Que globalização é esta? Onde está a política. O problema é que na globalização o poder não está onde está a política e a política não tem poder para regular a globalização”, frisou António José Seguro.

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Foto: PSOE