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Aumentar o número de países com ensino do português é tarefa exequível e necessária

Aumentar o número de países com ensino do português é tarefa exequível e necessária

O Governo quer que mais países integrem nos seus currículos escolares o ensino da língua portuguesa, anunciou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na abertura de um encontro em Lisboa.

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Aumentar o número de países com ensino do português é tarefa exequível e necessária

Estender o ensino do português a mais países, passando dos atuais 25 espalhados pelos três continentes, Europa, África e América, é um “objetivo exequível” pelo qual o Governo português se vai bater, garantiu ontem em Lisboa, na abertura do terceiro encontro da rede de ensino do português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Para o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, este objetivo de ampliar a mais países o ensino da língua portuguesa tem efeitos “positivos recíprocos”, uma vez que “uma boa rede de ensino do português no estrangeiro”, justificou Santos Silva, ajuda “à disseminação do português como opção curricular nos respetivos ensinos”, sendo a inversa também verdadeira, como garantiu.

Na opinião do ministro Augusto Santos Silva é preciso saber distinguir o que é o ensino da língua no estrangeiro ao nível das escolas básicas e secundárias, uma opção que o governante garante não ter dúvidas que será cada vez mais assumida por mais e mais países, do que é o ensino do português nesses países, mas agora destinado a uma população que pretende uma formação técnica mais especializada, designadamente em áreas e em matérias tão identitárias com a cultura portuguesa como é a sua geografia, a sua história ou sobre a “realidade contemporânea da sociedade portuguesa”.

Na sua intervenção, o ministro lembrou ainda que os 22 países da Conferência Ibero-Americana, 19 da América Latina, mais Portugal, Espanha e Andorra, na Europa, “têm o compromisso” de proporcionar a inclusão nos seus currículos escolares do ensino básico e secundário outra língua, português ou espanhol, um compromisso, como salientou o governante, que é também estendido aos 18 Estados que são observadores associados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Expandir o ensino da língua portuguesa a mais países, ainda na opinião do ministro Santos Silva, acarreta também “mais responsabilidades”, obrigando a uma “consolidação da rede, ao reforço do Instituto Camões, à qualificação do ensino, à certificação e credenciação das aprendizagens e a boa combinação entre educação presencial e educação a distância”.

Língua global

O ministro realçou ainda a compatibilidade clara que existe entre a “oferta do português nos currículos escolares e o ensino do português no estrangeiro”, sublinhando que “cinco ou seis milhões de portugueses e de lusodescendentes”, que vivem um pouco em todo o mundo, também são, eles próprios, como salientou, “uma das razões que levam a que o português seja hoje uma das línguas universais, mais faladas em todas as partes do planeta.

O ministro Augusto Santos Silva referiu ainda que, sempre que o país responde ao “imperativo constitucional” de garantir aos filhos dos portugueses que vivem no estrangeiro um ensino do português com qualidade, “estamos também a contribuir para a projeção global da nossa língua”.