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Augusto Santos Silva dirigiu-se ao Parlamento da Ucrânia afirmando solidariedade e apoio de Portugal

Augusto Santos Silva dirigiu-se ao Parlamento da Ucrânia afirmando solidariedade e apoio de Portugal

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, dirigiu-se esta quarta-feira ao Parlamento da Ucrânia, em Kiev, com uma mensagem de solidariedade e condenação da agressão russa, assegurando que Portugal vai continuar o esforço para ampliar a coligação de apoio ao país e ao povo ucraniano.

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Na sua intervenção, perante os deputados ucranianos, Augusto Santos Silva declarou que esse esforço de Portugal pretende “tornar claro que as fronteiras da Ucrânia são, hoje, as fronteiras da liberdade, da segurança e da paz de todo o mundo”, afirmando o “real valor acrescentado” que a diplomacia portuguesa pode trazer.

“Falando constantemente com os países do Sul, com os países de África e da América Latina, que são vítimas dos efeitos económicos da guerra, mas que às vezes a sentem como assunto distante, só europeu. É o que Portugal tem feito e continuará a fazer”, garantiu.

Augusto Santos Silva expressou, logo no início da sua intervenção, o “objetivo central” da sua visita oficial a Kiev, acompanhado por uma delegação do Parlamento português, na qual figurou o líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, e que incluiu também encontros com o Presidente Volodymyr Zelensky e com o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal.

“Exprimir a profunda solidariedade do povo português com o povo ucraniano, reafirmando todo o apoio de Portugal à Ucrânia, na sua luta pelo direito inalienável à sua independência e integridade territorial”, afirmou, recordando a posição “a uma só voz” expressada pelo Presidente da República, Parlamento e Governo português no dia do início da guerra, 24 de fevereiro de 2022.

“A hora é, pois, de apoiar a defesa da Ucrânia”, disse o presidente do Parlamento português, apontando as agressões russas sobre civis e outros crimes de guerra para defender, igualmente, que “a comunidade internacional tem de agir” para que “os responsáveis sejam levados à justiça”.

Observando que, neste combate, é necessário assegurar “a unidade europeia e atlântica”, Augusto Santos Silva voltou a destacar o apoio de Portugal ao processo de adesão da Ucrânia à União Europeia.

“Portugal e a Ucrânia são dois países próximos. Ambos europeus e ambos ocidentais. Com ligações crescentes entre os povos, alicerçadas sobretudo na dimensão e na excelente integração da comunidade ucraniana residente em Portugal, que fala ucraniano e português”, declarou, assinalando que esses laços “ficarão ainda mais fortes agora, através do processo de adesão da Ucrânia à União Europeia”.

Encontro com Zelensky

Antes da intervenção desta quarta-feira no Parlamento ucraniano, Augusto Santos Silva manteve um encontro com Volodymyr Zelensky, durante o qual reiterou “o valor que Portugal acrescenta na gestão política e diplomática” do conflito.

“Talvez o ponto mais importante da reunião tenha tido a ver com o papel que Portugal desempenha – e pode ainda desempenhar mais – no diálogo com os países do hemisfério sul, em particular com os países latino-americanos e africanos, com os quais nós temos laços muito próximos e aos quais temos transmitido a nossa posição sobre esta guerra da Rússia contra a Ucrânia”, disse.

Na reunião, onde estiveram também presentes os deputados da delegação portuguesa e o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, foi igualmente abordado o processo de candidatura à União Europeia, tendo Augusto Santos Silva cumprimentado Zelensky pela forma como o país tem feito “a sua parte com muita determinação”, assim como as perspetivas de cooperação com a NATO.

“A maioria dos países da Aliança Atlântica e da União Europeia, Portugal incluído, têm apoiado bilateralmente a Ucrânia, e o país tem a perspetiva de considerar que o seu lugar é no Ocidente, é na Europa e isso significa, para além de pertencer à União Europeia, ter uma certa perspetiva em relação à NATO. Evidentemente, o foco neste momento é a guerra que temos de parar com a condição que é necessária: a cessação das hostilidades por parte da Rússia e a retirada do território ucraniano ocupado”, considerou.

Por seu turno, o Presidente ucraniano agradeceu o apoio de Portugal desde o início da guerra, que classificou como “um sinal de fé muito importante na Ucrânia”.

Ainda esta quarta-feira, a encerrar a visita oficial de dois dias, a convite do seu homólogo ucraniano, Augusto Santos Silva vai encontrar-se com estudantes de português no Departamento de Filologia da Universidade de Kiev.

“É uma maneira de comemorar o Dia Mundial da Língua Portuguesa que se celebra na próxima sexta-feira. É especialmente simbólico que uma das iniciativas seja um encontro com estudantes de português na Ucrânia”, destacou o presidente da Assembleia da República, salientando que o português é “uma língua de paz e de comunicação”.

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