Augusto Cid (1941-2019)
“O Cid deixou-nos. Augusto Cid foi um dos maiores cartoonistas políticos do pós-25 de Abril. Os desenhos satíricos que nos habituámos a ver na imprensa nos últimos 40 anos, com acutilância e humor, refletem a opinião pública do país em diversos momentos da nossa história recente”, lê-se na mensagem de António Costa.
Também a ministra da Cultura, Graça Fonseca, assinalou o pesar pelo desaparecimento de Augusto Cid, lembrando que que o trabalho do cartoonista “soube inventar e retratar com humor o país político”.
“A herança que nos deixa é a da liberdade do desenho, da palavra e da imaginação”, refere a titular da pasta da Cultura, salientando que “com a morte de Augusto Cid desaparece um olhar comprometido com a causa e o pensamento público, traduzido no comentário político através do cartoon”.
“Ao longo dos anos, Augusto Cid ensinou-nos a compreender com ironia os paradoxos da vida social e política. O traço fino que materializou no cartoon, na banda-desenhada ou na escultura encontrou sempre na observação da sociedade a liberdade de expressão e o desejo de inquietação”, diz ainda a governante.
Augusto Cid destacou-se como cartoonista, tendo trabalhado em vários jornais e revistas, nomeadamente na ‘Vida Mundial’, ‘O Diabo’, ‘Grande Reportagem’, ‘O Independente’ e no semanário ‘Sol’, assim como na televisão, tendo editado, entre outros títulos, o catálogo ‘Cid, o Cavaleiro do Cartoon’, que acompanhou a exposição homónima.
Como escultor, tem várias obras no país, como a peça de homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001, instalada no cruzamento das avenidas de Roma e Estados Unidos da América, em Lisboa, e a dedicada a Nuno Álvares Pereira, também em Lisboa, no Restelo, inaugurada em novembro de 2016.
Concedeu também ao Acção Socialista Digital a honra de nos presentear, e aos nossos leitores, com a criatividade de um dos seus cartoons, publicado na edição de 20 de outubro de 2015, e que hoje reproduzimos, em forma de homenagem.
«Bons Ventos», por Augusto Cid