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Atrair empresas para uma boa gestão da floresta

Atrair empresas para uma boa gestão da floresta

“Um país que tem poucos recursos naturais como nós temos, o mínimo que temos de fazer é valorizar aqueles de que dispomos”, afirmou António Costa durante uma visita à Sonae Arauco Mangualde, uma das empresas afetadas pelos incêndios de outubro de 2017.

“Temos um problema nacional com a nossa floresta, porque é desordenada e é uma floresta que, em vez de ser uma riqueza ao serviço do país, transforma-se tantas e tantas vezes numa ameaça aos bens, às empresas, às habitações e à própria vida humana”, sublinhou o também Secretário-geral do PS

Neste quadro, “se assentarmos exclusivamente numa gestão não profissional, não economicamente eficiente, sem músculo financeiro, sem visão estratégica e empresarial, nós não temos, efetivamente, futuro para a nossa floresta”, considerou.

“O país não tem direito a abdicar de um recurso fundamental como é a floresta”, apontou o líder socialista, pelo que é necessário “atrair para Portugal empresas como as que existem no Chile, na Finlândia e em tantos, tantos outros países que fazem uma gestão profissional da floresta”.

O modelo de gestão profissional da floresta permitirá garantir “aquilo que a propriedade fragmentada que temos hoje não pode assegurar. É um trabalho que é essencial prosseguir de forma a que evitemos as tragédias que vivemos recentemente”, recordou António Costa

Uma reforma decisiva para o país

O primeiro-ministro considera que “a reforma florestal é absolutamente decisiva”, todavia, a reforma da floresta deve se feita “sem prejuízo da propriedade de cada um” e ser gerida por “uma entidade que tenha capacidade e visão de gestão económica e escala para lhe dar essa gestão”, afirmou

“Esse investimento só é possível se não estivermos a falar de milhares de micro propriedades, mas podermos estar a falar de milhares de micro propriedades inseridas num grande espaço gerido em comum”, referiu o chefe do Governo.

A profissionalização da gestão florestal torna “possível ter o eucalipto de crescimento rápido que é essencial à indústria do papel, onde é preciso, ter pinho de qualidade e certificado que é essencial à indústria da madeira e de onde resultam os resíduos que podem ser devidamente valorizados na produção do MDF ou da biomassa”, disse António Costa.

Apesar das vantagens decorrentes de uma gestão profissional, é fundamental mobilizar a sociedade portuguesa, os autarcas, a administração central e o tecido económico para a reforma da floresta, salientou o líder socialista.