Durante o jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PS, que contou com a presença do presidente honorário, Manuel Alegre, e do presidente do partido, Carlos César, Pedro Nuno Santos lembrou que o Governo da Madeira resultou de um acordo do PSD com o Chega.
“O primeiro-ministro tem uma relação distante com o Parlamento e tem também uma relação distante com o senhor Presidente da República”, criticou o Secretário-Geral do PS, avisando que “um primeiro-ministro tem a obrigação de respeitar essa democracia parlamentar”.
Para Pedro Nuno Santos, “onde faltou verdadeiramente vergonha e descaramento foi na associação do PS com o Chega”. Luís Montenegro acusou o Partido Socialista e o Chega de desrespeitarem a vontade popular na Madeira, depois de o Governo Regional ter caído com uma moção de censura, e também no continente.
Comentando que as declarações do primeiro-ministro “atingem proporções do absurdo”, o líder do PS defendeu que os socialistas na Madeira foram coerentes, uma vez que sempre foram contra a constituição do Governo de Miguel Albuquerque.
E contrapôs: “Não há partido político em Portugal mais distante do Chega do que o PS. Não existe nenhum partido político em Portugal que combata mais o Chega do que nós”.
“É extraordinário como o líder do PSD e primeiro-ministro fala no tema muito preocupado com uma suposta associação entre o PS e o Chega e esquece-se de dizer que Miguel Albuquerque lidera o Governo Regional porque fez um acordo com o Chega”, frisou.
Pedro Nuno Santos explicou a Luís Montenegro que “seria um absurdo” que, agora que o parceiro parlamentar “abandonou” o PSD, fosse o PS a “suportar um Governo que combate desde o primeiro dia”.
Governação da AD não tem credibilidade
Pedro Nuno Santos acusou também o Governo da AD de ser “incapaz”, “incompetente” e de manipular “a informação e os dados para esconder a incapacidade e a incompetência”.
Para o Secretário-Geral do PS, o mais grave “é a ação governativa” da AD, que, “além de governar para uma minoria”, é “profundamente incompetente e sem credibilidade”.
“Os exemplos sucedem-se semana após semana”, começando pela área da saúde, que é uma “prova da incapacidade que o Governo tem de resolver os problemas do SNS” quando esta “foi uma das suas grandes bandeiras em toda a campanha”, disse.
Pedro Nuno Santos referiu mesmo que o “Governo não sabe ainda a diferença entre anúncios e políticas conjunturais e a resolução de problemas estruturais”.
E garantiu que o PS vai continuar a trabalhar para dar esperança aos portugueses: “Não será com a direita, não será com as respostas que este Governo dá, não será sequer com a sua execução governativa, mas nós faremos o nosso combate, denunciaremos e continuaremos com sentido de responsabilidade”.
Recordando que o PS, “ainda há poucas semanas, teve o sentido de responsabilidade e de Estado de viabilizar o Orçamento do Estado”, Pedro Nuno Santos lamentou as críticas dirigidas ao PS por parte do executivo.
“Vamos fazer-lhes frente no próximo ano, infligindo mais derrotas à direita. É esse o nosso trabalho. É esse o nosso compromisso com Portugal e com os portugueses”, assegurou.