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Ascenso Simões: O que “interessa a Portugal” é “organizar a esperança”

Ascenso Simões: O que “interessa a Portugal” é “organizar a esperança”

O deputado do Partido Socialista Ascenso Simões destacou hoje, no Parlamento, que “organizar a esperança é o nosso acontecer coletivo”, sendo necessária para “afirmar Portugal no mundo e na Europa”, e alertou que só um Governo “sustentado parlamentarmente” o fará, numa declaração política em que assegurou que “nenhum cientista político” conseguirá alguma vez explicar por que motivo o Orçamento do Estado para 2022 foi reprovado, algo que considerou “triste”.

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Ascenso Simões

O socialista, que falava durante a reunião da Comissão Permanente, começou por assinalar que, “quando, em 2020, estávamos a iniciar a libertação da crise social e económica, afundámos de novo com tudo o que a pandemia do século nos trouxe”. E acrescentou que “quando Portugal se preparava para aplicar, em simultâneo, três programas europeus, o Governo vê o seu Orçamento reprovado”.

Nesta que foi a última reunião da Comissão Permanente do ano, Ascenso Simões avisou todas as bancadas que “nenhum cientista político encontrará as razões para este triste tempo”.

Para o parlamentar, o que “interessa a Portugal é, em traços largos, organizar a esperança”, que, no fundo, “é o nosso acontecer coletivo”.

“Organizar a esperança elegendo o diálogo Norte/Sul, encontrando soluções para a pobreza, fazendo face às migrações que procuram mundos melhores”, e “aumentando a segurança sem ceder nas liberdades, optando pelo diálogo religioso e pela paciência no crescimento dos povos sem tutelas ou amarras”, asseverou.

Ascenso Simões sublinhou a importância de continuarmos a ser “um dos países mais seguros do mundo perante as ameaças”, com a reforma e valorização das polícias, para que o “sistema judicial se confirme justo”.

Em seguida defendeu que o país tem de ser sustentável: “Importa uma nova e mais imaginativa política para a água, interessa uma outra visão do valor económico dos resíduos”. “Organizar a esperança para que a guerra entre a proteção e produção não ponha em causa o mundo rural, para que se encontrem novas e amplas formas de fabrico de bens e serviços, para que o país não seja, por mais tempo, um simples guiché dos fundos comunitários”, disse.

O país tem de continuar a “apostar, com sentido, na educação e na formação, olhando para as novas realidades cognitivas”, frisou o deputado do PS, que afiançou que existe uma obrigação que deve ser assumida que “é não querer que os nossos jovens sejam marcados pela normalização”. “Deixemos os jovens ganhar o país para si, não queiramos marcar-lhes o futuro que só a eles cumpre”, notou.

Não esquecendo a “prestação de serviços de saúde com qualidade e sem despesismo”, Ascenso Simões explicou que “organizar a esperança é olhar longe”, como por exemplo “garantir as pensões dos mais velhos hoje e amanhã, sustentar territórios a caminho de não terem vivalma, remover a marginalização dos espaços metropolitanos”. Por isso, o socialista afirmou que “organizar a esperança é, em suma, organizar a cidadania para um tempo de virtualização e de solidão”.

“Ora, organizar a esperança não se pode fazer entrando, de novo, em instabilidade política, em ciclos curtos de governação. Organizar a esperança exige um Governo forte, capaz e sustentado parlamentarmente”, vincou o deputado do Partido Socialista.

Ascenso Simões, que não regressará como deputado na próxima legislatura, despediu-se do Parlamento reafirmando a “honra” de ter servido o país e deixou um “abraço fraterno” ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista e à presidente da bancada do PS, Ana Catarina Mendes. Já à Assembleia da República, o socialista desejou uma “longa e democrática vida”.

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