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As palavras do primeiro-ministro “não colam com a realidade”

As palavras do primeiro-ministro “não colam com a realidade”

António José Seguro exigiu ao Governo uma mudança de política, questionando o primeiro-ministro sobre quando descobriu o valor do consenso com o PS.

“Se pensa que o Governo define a política e o PS preenche o formulário, está enganado”, alertou o secretário-geral socialista a Passos Coelho.

O líder do PS defendeu que o Executivo “insiste num caminho de austeridade custe o que custar, a tal política que o primeiro-ministro garantiu aos portugueses que cumpriria todas as metas”.

“Se há aqui alguma ficção é a ficção do primeiro-ministro, porque as suas palavras não colam com a realidade”, dando como exemplo a evolução de fatores como o desemprego ou a dívida, “que entre setembro e dezembro aumentou de 120 para 123 por cento do Produto Interno Bruto, atingindo em fevereiro os 126 por cento”.

O secretário-geral do PS asseverou que “Portugal está hoje pior do que há dois anos. E tem um responsável: o senhor e o seu Governo”.

“Não há só uma divergência entre o PS e o Governo. A divergência é entre a maioria do país e o seu Governo. Os senhores estão isolados”, atacou.

“Quando é que o senhor primeiro-ministro descobriu o valor do consenso?”, questionou.
Segundo António José Seguro, os portugueses exigem ao Governo que “pare com a austeridade e aproveite o tempo que dispõe até à elaboração do próximo Orçamento retificativo para mudar de política”.

“A sua obsessão ideológica foi a de fazer um ajustamento brusco e imediato na lógica de que primeiro são as finanças públicas e só depois a economia. Eu sempre lhe disse desde o início que isso seria catastrófico para o país, como aliás de está a provar”, acrescentou.