Para o ‘número dois’ da direção socialista, depois de assistir à sessão de encerramento do congresso do principal partido da direita, resulta também claro ao país que o PS é o único partido capaz de representar o centro político, que é indispensável à estabilidade de que o país precisa.
“O PS é o grande partido do centro político e do centro-esquerda em Portugal. O único partido que sempre deu provas de se entender mesmo com a extrema-direita foi, precisamente, a liderança do PSD quando aceitou o acordo com o Chega nos Açores e quando chegou a este congresso e disse que era um partido contra o sistema”, declarou José Luís Carneiro, observando que “há uma agenda que apenas aparece nas entrelinhas e que tem de ser clarificada pelo PSD”.
O dirigente socialista apontou, como exemplo, a posição assumida pelo PSD, que é contrária à independência do sistema de justiça, ao querer reforçar o controlo do poder político sobre a autonomia da magistratura, lembrando, também, que este é um PSD que fala num país mais descentralizado, mas que fez campanha e votou contra a regionalização.
O Secretário-geral adjunto do PS observou ainda que o líder do PSD, no seu discurso de encerramento, recorreu a “atoardas populistas”, que são “injustas” relativamente ao esforço que os portugueses têm vindo a fazer para “recuperar rendimentos, proteger as empresas e o emprego”, não tendo apresentado qualquer “ideia estruturada” para o desenvolvimento do país.
Lembrando que este é também um PSD que votou contra o Orçamento do Estado, o ‘número dois’ da direção socialista reforçou, em contraponto, a garantia que o PS dá aos portugueses, de sempre ter colocado “o interesse do país acima dos interesses partidários”.
O que daqui resulta claro aos olhos dos portugueses, reforçou José Luís Carneiro, é que só com uma “maioria clara, inequívoca e reforçada” do PS será possível ter a “estabilidade, previsibilidade e segurança” que o país precisa para enfrentar os desafios com que está confrontado.