Num discurso em que prometeu diálogo e concertação social e onde coube também um rasgado elogio ao legado do ainda primeiro-ministro, António Costa, “um dos melhores políticos portugueses que conheci”, Pedro Nuno Santos começou por referir não ignorar o quanto os acontecimentos da passada semana “abalaram as instituições da República”, vincando, contudo, que uma das prioridades de um qualquer governo socialista terá de ser sempre o “combate à corrupção” e a “defesa da independência das magistraturas”.
O “nosso dever”, disse, numa altura em que o partido “atravessa um momento difícil”, é o de “preparar e o de defender uma política para o país”, garantindo que ao longo dos próximos meses apresentará as suas ideias nas diversas áreas, “para dar resposta aos problemas e anseios dos portugueses”.
Sendo que “muitas dessas respostas”, garantiu, seguirão o legado das políticas iniciadas pelos governos socialistas desde finais de 2015, aprofundando e continuando a apostar na reforma do território, das florestas e da proteção civil, no crescimento da economia, na redução da dívida pública e na política de “emprego, emprego e mais emprego”, uma aposta que, nos últimos oito anos, “criou mais de 600 mil empregos” no país.
“Foram anos em que Portugal cresceu acima da média europeia, em que colocámos o país numa trajetória sustentada de redução da dívida pública e onde voltámos a colocar o emprego em níveis que já não tínhamos desde o início do milénio”, considerou.
Já na parte final da sua intervenção e depois de ter acusado a direita de “não ter dignidade” e de “nunca ter cumprido qualquer promessa feita aos portugueses”, Pedro Nuno Santos defendeu não fazer sentido estar a cavar uma discussão dentro do PS que “alimenta conflitos artificiais” entre uma eventual “ala centrista e moderada e outra de esquerda e radical”.
A discussão, disse, tem de partir sempre do pressuposto de que o PS sempre foi um partido plural, de mulheres e de homens livres e o que está em causa “não é uma disputa entre a moderação e o radicalismo”, mas entre quem verdadeiramente, em dado momento, “está em melhores condições de unir o partido e que perante um determinado contexto histórico apresenta o projeto de transformação do país de que o PS tem de ser o portador”.