A direção do Grupo Parlamentar do PS iniciou ontem, no distrito de Portalegre, uma reunião descentralizada e visitou esta manhã o Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, “onde está uma parte importante do cluster aeronáutico português”, indicou o presidente da bancada socialista em declarações à comunicação social.
Este cluster tem vários projetos nas Agendas Mobilizadoras que ascendem a 200 milhões de euros e vão “criar muitos postos de trabalho qualificado no Alto Alentejo, em particular em Ponte de Sor, num setor que tem salários médios claramente superiores à média nacional”, sustentou.
Eurico Brilhante Dias salientou em seguida o lançamento do projeto da Barragem do Pisão, “um investimento muito importante para o Alentejo, que finalmente viu a luz do dia”, e que os socialistas acreditam que, em 2024, “se possa chegar finalmente à adjudicação”.
Durante o dia de hoje, a direção da bancada do PS vai visitar o hospital de Portalegre, uma “infraestrutura fundamental do Serviço Nacional de Saúde no Alentejo”, reunirá em Campo Maior com os presidentes de câmara do PS do distrito e visitará a Delta, “empresa multinacional que nasceu no interior do país”, disse.
O líder parlamentar do Partido Socialista acrescentou que os deputados estarão ainda “com o setor primário que produz e exporta gado a partir de Sousel, também empregando centenas de trabalhadores”.
“Há uma dimensão de futuro muito importante nesta visita, que é acompanhar a dinâmica deste distrito, que tem futuro, que tem investimento de grande qualidade”, vincou.
Referindo-se em seguida ao Tribunal de Portalegre, que “há anos que precisa de obras de requalificação e ampliação”, Eurico Brilhante Dias mencionou que os deputados do PS eleitos pelo distrito de Portalegre “têm vindo a insistir muito nessa requalificação”. Por isso, o Grupo Parlamentar do PS apresentou “um projeto de resolução que recomenda ao Governo que o faça o mais rapidamente possível”.
“Temos fortes expectativas que, desde o ponto de vista orçamental, já para o Orçamento de 2024, a ampliação e a requalificação do Tribunal de Portalegre venham a ser uma realidade”, assegurou.
Não há balas de prata que resolvam já o problema da habitação
Questionado sobre as manifestações deste fim-de-semana sobre o direito à habitação, Eurico Brilhante Dias frisou que “a habitação é um problema identificado pelo Governo e pelo Grupo Parlamentar”.
“Não é por acaso que o Governo já assinou mais de 200 estratégias locais de habitação por todo o país, não é por acaso que apresentou o pacote Mais Habitação, que finalmente foi promulgado pelo Presidente da República”, nem é “por acaso que temos um pacote de mais de três mil milhões de euros – o maior de todos – no PRR destinado à habitação”, sublinhou.
No entanto, “fazer demora tempo e não há nenhuma bala de prata que resolva este problema de um dia para o outro”, alertou, ressalvando que “os portugueses sabem que quem lhes disser que vai resolver esse problema de um dia para o outro, está a mentir”.
“Estamos a investir em construção, estamos a facilitar licenciamentos, estamos a promover a transferência de usos comerciais e serviços para habitação. Há um conjunto de medidas coerentes também ao nível fiscal para promover o arrendamento. Estamos a apoiar os que mais precisam quer nas rendas, quer nas prestações aos bancos”, destacou Eurico Brilhante Dias.
Aqui, o líder parlamentar socialista defendeu que “neste debate há um ponto de equilíbrio – que é sempre o PS”. E explicou porquê: “À direita, aquilo que temos vindo a ver é um conjunto de iniciativas de proteção dos interesses. Nós sabemos que o alojamento local é muito importante, mas à nossa direita não se quer tocar em nada no alojamento local. Nós limitámos os vistos gold, acabando com os vistos gold para o setor imobiliário. À direita queriam que permanecessem”; já à esquerda, “acham que só paralisando o mercado se vai resolver os problemas da habitação”.
Relativamente à contestação, o presidente do Grupo Parlamentar do PS considerou-a “legítima”, uma vez que as “pessoas procuram ter melhores condições de vida e vivem situações difíceis”. “E, para isso, temos de encontrar soluções”, vincou.