Falando como orador convidado na sessão de abertura do Fórum ‘Portugal Inteiro’, após as intervenções de Eduardo Vítor Rodrigues, autarca de Vila Nova de Gaia, e de Alexandra Leitão, coordenadora do programa eleitoral do PS, António Vitorino pautou o seu discurso por palavras de alerta contra o populismo de direita, realçando que o PS tem, “mais uma vez, a responsabilidade histórica de demonstrar que não é a gritaria, o discurso do ódio e o protesto pelo protesto que pode melhorar” a vida dos portugueses.
“É, pois, nossa a tarefa evitar que aqueles que estão desiludidos ou mesmo indignados sejam tentados a entregar-se ao protesto do voto pelo protesto, porque isso representa uma desistência da Democracia e nós não queremos que nenhum português desista da Democracia”, salientou.
O também ex-diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações considerou mesmo que é com “amarga ironia” que, no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, Portugal esteja “confrontado com o desafio e a ameaça que representa para a nossa democracia o populismo radical de direita”.
“Cabe-nos a nós, às forças políticas que acreditam na Democracia pluralista, que respeitam a igual dignidade de todos, que são obreiros da coesão e da solidariedade social, dizer aos eleitores que na Democracia e pela Democracia existem propostas para responder as suas ansiedades, aos seus medos, mas, sobretudo, às suas aspirações”, apontou.
Para António Vitorino, que confessou estar “duplamente de volta a casa” – ao PS e à cidade do Porto, por onde foi eleito deputado à Assembleia da República em 1980 -, os socialistas têm também de demonstrar que sabem “ouvir e entender o grito de alma que um voto de protesto pode representar”.
“Nós não somos insensíveis ao crescimento das desigualdades sociais, que a qualidade dos serviços públicos é essencial para a paz social, tanto em termos de saúde, habitação, educação, à proteção social como na qualidade dos serviços que são prestados aos cidadãos porque só assim se constrói um país com mais justiça social”, considerou.
Na sua intervenção, António Vitorino evocou a memória de antigos secretários-gerais socialistas, para vincar que “este é o PS que se orgulha da sua identidade, de 51 anos de combate pela liberdade e pela Democracia e pelas nossas convicções europeístas, como aprendemos todos com Mário Soares”.
“Este é o PS que esteve sempre na primeira linha da defesa dos direitos humanos, da tolerância do respeito pelo outro, do dialogo entre civilizações, como nos mostrou o Jorge Sampaio. E este é o PS da paixão pela educação, pelas qualificações, pelo apoio aos mais desfavorecidos, de solidariedade e coesão social, o PS da igualdade entre homens e mulheres, como nos mostrou o António Guterres”, lembrou.
E é também o PS, prosseguiu, “do respeito pelos compromissos europeus, defensor das liberdades europeia na resposta à pandemia e na recuperação económica pós-pandemia”, como nos demonstrou António Costa.
Por fim, dirigindo-se ao atual Secretário-Geral, Pedro Nuno Santos, mostrou plena confiança na vitória socialista nas eleições de 10 de março. “Caro Pedro Nuno Santos, este é o teu, o nosso PS, que os portugueses conhecem e sabem que está sempre presente”.
“O PS que há 50 anos afirmava que quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS, essa é a forma que te levará à vitoria”, vaticinou António Vitorino, sendo muito aplaudido.