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António José Seguro em entrevista

António José Seguro em entrevista

A revista Visão, na comemoração da edição 1000, publicou uma entrevista exclusiva com o secretário-geral do PS.

Nesta entrevista Seguro acusa o Governo de já ter ido além do memorando da troika. “Sempre que isso significa prejuízo para o país, nós votamos contra”, disse, exemplificando: “Como aconteceu na lei da extinção das freguesias e na lei dos compromissos”. Foi “muito severo” com o Executivo quando este anunciou “medidas que nem estavam no programa eleitoral do PSD ou do PS, nem no programa do Governo, nem no memorando da troika”, como o aumento da idade da reforma. E “o Governo recuou”.

Mais uma vez defende com firmeza que a paixão do Governo pela austeridade está errada: “Se eu fosse primeiro-ministro também teria de tomar medidas de austeridade, o problema está na dose e no ritmo”. Dar mais um ano a Portugal para pagar a dívida e não “carregar” tanto na austeridade são as suas propostas.

Sobre o novo tratado orçamental europeu, o líder do PS respondeu de forma esclarecedora: “Se Portugal não ratificasse o tratado, isso significaria a saída de Portugal do euro”.

“No que diz respeito aos objetivos, nós estamos lá para ajudar”, porém, pelas palavras do líder socialista, “já nos separámos em outubro [Orçamento], em relação ao caminho a seguir”. “Eu avisei que o caminho escolhido ia avolumar os problemas”, retorquiu. E, como se tem vindo a repetir, o PS tinha razão.

O secretário-geral do PS afirma que andar “de Norte a Sul em contacto com os militantes” faz com que sinta cada vez mais o apoio por parte dos camaradas, espalhando a mensagem e fazendo com que seja entendida, que “é isso que me importa”. No seu pensamento estão sempre as pessoas, “os portugueses que vivem e passam dificuldades cada vez maiores e que olham para a política à procura de soluções para que os seus problemas sejam resolvidos”.

Seguro defende que é necessário fazer-se “um grande debate e uma diferenciação ideológica” na União Europeia, já que a maioria dos Estados da UE é governada por partidos conservadores e liberais. Acrescenta ainda que “as agendas domésticas prevalecem sobre uma agenda comum no sentido da afirmação de uma alternativa política a nível europeu. É isso que tem faltado na Europa”.

 

A não perder esta grande entrevista.