António Guterres “honoris causa” pela Universidade de Lisboa
Este último tema mereceu a atenção particular do antigo primeiro-ministro português, tendo sublinhado a exigência de um compromisso coletivo em torno do combate pelo futuro do planeta.
“As alterações climáticas são a maior ameaça coletiva e do planeta e continuam a andar mais depressa do que nós próprios”, disse o líder das Nações Unidas, numa intervenção acompanhada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, pelo primeiro-ministro, António Costa, pelo Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, assim como por vários membros do Governo e do corpo diplomático acreditado em Portugal, entre muitas outras personalidades presentes na Aula Magna, em Lisboa.
António Guterres advertiu que a humanidade corre “o risco de perder esta corrida” e frisou a necessidade de um compromisso coletivo e “de uma ambição acrescida” para a concretização dos acordos internacionais neste domínio.
Lembrando que alguns decisores internacionais ainda não acreditam nos efeitos das alterações climáticas, o secretário-geral da ONU salientou que ainda “falta ambição suficiente para aplicar os Acordos de Paris e para assumir que estes compromissos não são suficientes”, de que são exemplo patente algumas das consequências visíveis do aquecimento global, mencionando, entre outros, o cenário de seca vivido em Portugal e noutros países.
Há que “fazer tudo para inverter esta aceleração”, sustentou.
Sem esquecer a “profunda gratidão” pela influência que o Instituto Superior Técnico – instituição que propôs o título honorífico – desempenhou na sua vida e na maneira como vê o mundo, António Guterres refletiu também sobre o seu percurso político e de serviço público, afirmando que “o poder pelo poder não faz sentido”.
“Fiz sempre o que pude para lutar pelos ideais que tinha”, concretizou.