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António Guterres defende urgência nas metas da neutralidade carbónica

António Guterres defende urgência nas metas da neutralidade carbónica

O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, apelou aos eleitos e aos cidadãos para que exerçam o “máximo de pressão” junto dos governos e dirigentes políticos para alcançarem o objetivo da neutralidade carbónica no planeta em 2050.
António Guterres defende urgência nas metas da neutralidade carbónica

“É muito importante exercer o máximo de pressão sobre os governos para que aceitem este nosso objetivo de neutralidade carbónica”, afirmou António Guterres, dirigindo-se aos autarcas e aos representantes dos jovens empenhados pelo clima, durante a cimeira da rede C40, que teve lugar em Copenhaga, na Dinamarca.

Portugal tem sido um dos países liderantes nesta matéria, tendo submetido às Nações Unidas, um ano antes do prazo, o seu Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, estabelecendo uma trajetória sustentada para atingir esta meta, definindo como objetivos a redução de emissões de gases com efeito de estufa entre 45% e 55% até 2030, 65% a 75% até 2040 e 85% a 90% até 2050, compensando as restantes emissões através do uso do solo e florestas.

Os autarcas da rede C40, de 94 cidades mundiais, incluindo Lisboa, defenderam a celebração de um “Novo Pacto Verde Global” para fazer face à “atual emergência climática”, tendo anunciado a integração, na tomada de decisões a nível local, de um conselho de jovens para desenvolver o novo “acordo verde”.

Para a presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, que presidiu à cimeira, a mobilização dos jovens foi a salvação para a luta contra as alterações climáticas. “Esta intervenção está a fazer mudar”, declarou, num encontro em que também participaram ativistas, sindicatos, empresas e outros movimentos da sociedade civil.

A estratégia de neutralidade carbónica em 2050, aprovada pelo governo português em julho deste ano, implica, ainda, a total descarbonização do sistema eletroprodutor e da mobilidade urbana, bem como alterações profundas na forma de utilização da energia e dos recursos, apostando numa economia que se sustenta em recursos renováveis, utiliza os recursos de forma eficiente e assenta em modelos de economia circular, valorizando o território e promovendo a coesão territorial.