António Guterres afirma que este é o tempo para ganhar o combate das alterações climáticas
Para o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, o facto de Lisboa ter sido este ano a cidade escolhida para ser a Capital Verde Europeia tem, entre outros, um significado “extremamente importante”, sobretudo numa altura, como referiu, em que a “vontade política dos grandes emissores de matérias poluentes” parece ter aberto uma “guerra contra a natureza”.
Tendo ao seu lado o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, nas cerimónias que marcaram o arranque oficial da iniciativa Lisboa Capital Verde Europeia 2020, António Guterres congratulou-se com esta iniciativa e com o facto de a capital portuguesa ter sido a cidade escolhida, lembrando que este é o ano em que “queremos acabar com a guerra que parte da humanidade tem lançado contra a natureza”, considerando esta guerra como “suicida”.
Para o líder das Nações Unidas, trata-se de uma guerra assumidamente perigosa para o bem-estar e qualidade de vida da humanidade, que está a pôr em causa áreas estão importantes como a “biodiversidade, a preservação dos oceanos ou a inversão das alterações climáticas”, sustentando ser “absolutamente indispensável” inverter desde já este estado de coisas” referindo 2020 como o “ano essencial para conseguirmos essa inversão”.
Apesar de se verificar uma mobilização de parte considerável da população mundial na defesa do planeta e no combate às alterações climáticas, com ações “particularmente esperançosas”, há ainda, segundo o secretário-geral da ONU, “muitos governos apostados em dificultar a ação das cidades e das regiões no sentido de conseguirem uma economia verde”, defendendo António Guterres que se há alguma coisa que hoje “faz falta ao mundo” é a “vontade política dos grandes emissores que poluem o planeta de baixarem significativamente os níveis das emissões com efeito de estufa”.
Centrais a carvão
O secretário-geral da ONU referiu-se ainda às centrais de carvão, considerando-as como uma das principais fontes emissoras de dióxido de carbono e um dos fatores que mais têm contribuído para as alterações climáticas, sustentando a sua rápida extinção, ao mesmo tempo que defendeu que os governos têm de acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis e aplicar um imposto sobre o carbono, aliviando assim, como salientou, “os impostos que hoje existem, nomeadamente, nos rendimentos do trabalho”.