António Costa visitou centros de produção e anuncia chegada de milhares de equipamentos de proteção
Anunciou hoje a chegada ao Porto, num avião da Ethiopian Airlines, de milhares de equipamentos de proteção individual, designadamente máscaras, fatos e cobre botas para o combate ao surto da covid-19.
“Há coincidências felizes. Ao aterrar hoje no Porto, deu-se a coincidência de ter apanhado o momento exato da descarga de milhares de equipamentos de proteção individual, fatos de proteção e máscaras”, assinalou António Costa, assegurando que Portugal está a “reforçar as compras e a receber mais donativos”.
Esta sexta-feira, chegaram a Portugal, num voo da Ethiopian Airlines, 4,6 milhões de máscaras tipo 2, 56 mil fatos de proteção e 20 mil cobre botas, provenientes da China.
“Em breve, todos estes equipamentos, tão necessários, estarão a ser distribuídos onde fazem mais falta”, acrescentou o líder do Governo.
“Europa vai ter de reinventar a sua organização produtiva”
Já em Famalicão, no distrito de Braga, onde visitou o Citeve – Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal, que está a criar uma espécie de “manual de instruções” para as empresas que se tenham dedicado ao fabrico de equipamentos de proteção individual, António Costa defendeu que a Europa vai ter de “reinventar” a sua organização produtiva para assegurar uma cadeia de fornecimento mais curta, mais próxima e mais segura.
Para o líder do Governo, a “hipercentralização global” da produção de um conjunto de produtos e matérias-primas “é dramática”, apontando, precisamente, como exemplo o roteiro dos equipamentos de proteção hoje chegados a Portugal.
“Não é possível estarmos nesta dependência de uma coisa que é produzida na China, é transportada a partir da Ethiopian Airlines, para finalmente chegar aqui ao Porto e que é uma reserva que dá para uma semana”, referiu.
Por isso, acrescentou, “a Europa vai ter de reinventar a sua organização produtiva, porque não vai poder voltar a correr o risco de ficar neste quadro de disrupção”.
Na visita, esteve também o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, o qual sublinhou que a indústria têxtil e do vestuário portuguesa “tem capacidade” para responder às necessidades daqueles equipamentos.
“Temos a expetativa de que muito rapidamente as nossas empresas do setor têxtil e vestuário estarão a responder às necessidades do país”, referiu Siza Vieira, sublinhando que o Estado “espera comprar” às empresas nacionais.
Depois da visita ao Citeve, António Costa seguiu, ao início da tarde, para Matosinhos, no distrito do Porto, onde visitou o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEIIA).