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António Costa, uma linha coerente sobre a Europa

António Costa, uma linha coerente sobre a Europa

Nas sucessivas declarações e entrevistas, o Secretário-Geral do Partido Socialista tem afirmado sempre uma visão clara e coerente sobre a Europa.

 

Numa negociação a 28 é obviamente difícil prometer resultados sem o risco de desiludir, mas é necessário que haja clareza sobre o que queremos e um compromisso firme sobre a atitude a assumir. Uma atitude certamente construtiva, mas determinada e patriótica, com que defenderemos o interesse nacional, com parceiros leais, mas iguais entre iguais, e nunca nunca mais subservientes.

Declaração de candidatura a Secretário-Geral do PS, 06 de junho de 2014.

 

Portugal precisa de um governo com uma nova atitude na Europa. Um governo que, apoiado em compromissos internos tão alargados quanto possível, seja capaz de estabelecer alianças com outros Estados Membros com interesses e objetivos convergentes com os portugueses, de forma a conseguir a prossecução dos objetivos estratégicos do País, quer no quadro das negociações a 28, quer no quadro da zona euro.

Grandes Opções de Governo, agosto de 2014.

 

Sem pôr em causa as regras fundadoras da disciplina orçamental da União, Portugal deve acompanhar aqueles que defendem uma leitura inteligente e flexível dessas regras (incluindo o Tratado Orçamental), de modo a potenciar a sua lógica contra cíclica e a abrir espaço para o investimento estratégico, designadamente o investimento público sustentável e para o papel indispensável deste instrumento na modernização económica e na valorização dos recursos humanos.

Agenda para a Década, novembro de 2014.

 

Portugal deve lutar igualmente por medidas que favoreçam a coesão da Zona Euro, permitam corrigir os desequilíbrios existentes e compensem os efeitos assimétricos do Euro, agravados pela crise e pelas políticas de austeridade, nomeadamente através do cofinanciamento pela União das reformas estruturais necessárias para aumentar a eficiência e a competitividade das economias mais atingidas pela crise, comoa portuguesa.

Agenda para a Década, novembro de 2014.

 

Nenhum de nós conhece a esta hora os resultados das eleições na Grécia, mas há uma coisa que é indiscutível. A existência destas eleições já obrigou a Europa a refletir e os pequenos sinais que têm surgido, seja do Banco Central Europeu, seja da Comissão, são primeiros sinais de que há consciência de que é necessário mudar de direção e de como quem persiste como o nosso Governo em seguir no caminho que tem sido seguido está errado e temos que fazer a mudança também em Portugal que está a ser feita no conjunto da Europa.

Declarações à imprensa, Montalegre, 25 de janeiro de 2015.

 

Sempre tenho dito que numa Europa a 28 ninguém pode antecipar ou prometer um resultado.Temos sido bem avisados em não nos amarrarmos a uma única solução, porque quando se vai para uma mesa de negociações tem de se ter claro qual é o objectivo, mas tem de se ter a disponibilidade de trabalhar com as diferentes variáveis e encontrar as melhores soluções para alcançar esse objectivo.

Entrevista ao jornal Público, 05 de março de 2015.

 

O primeiro-ministro português tem-se caracterizado por estar sempre contra tudo o que significa romper com a austeridade. Durante anos opôs-se às medidas agora anunciadas pelo Banco Central Europeu (BCE) de contribuir para aumentar a liquidez na economia por via da aquisição de divida pública e dívida privada. Opôs-se sempre à ideia de que era necessário reforçar o investimento como necessidade para sair da crise. Por isso olha com ar desmoralizado e desinteressado para o Plano Juncker. Recusou sempre qualquer leitura flexível ou inteligente do Tratado Orçamental, porque sempre considerou, pelo contrário, que uma leitura rígida e inflexível é a melhor garantia de legitimação da política de austeridade que tem vindo a prosseguir. E agora quando surgem propostas que podem vir a ser positivas para o futuro da Europa é o primeiro a opor-se. Ao contrário do que faz a Irlanda.

Entrevista ao jornal Público, 05 de março de 2015.

 

Temos de compreender que o eleitor alemão vale tanto como o eleitor grego.Não podemos aceitar a ideia de que só a Grécia é soberana e que só o eleitor grego tem valor democrático. Não, o eleitor alemão também tem. Por isso é que a União Europeia sempre se fez e tem de continuar a fazer-se pela identificação dos pontos de convergência entre aquilo que são os legítimos interesses nacionais de cada um e aquilo que é o interesse conjunto resultantes desse ponto de encontro. Ao contrário do Governo português, que entende sempre que não temos interesse nacional a defender e temos simplesmente de nos sujeitar à opinião dos outros, temos de procurar esse ponto de convergência.

Entrevista ao jornal Público, 05 de março de 2015.

 

Em vez do Governo Português ter, com inteligência, procurado beneficiar a economia portuguesa, os portugueses, as empresas portuguesas, com uma maior flexibilização da austeridade, não, qual foi o grande objetivo do governo português, agravar e prosseguir a martirização dos gregos aumentando a austeridade dos outros.

Entrevista à RTP1, 11 de março de 2015.

 

O que é necessário é termos um governo em Portugal que, perante esta nova atitude, apoie a mudança, se bata para que a mudança seja mais consistente, seja mais ampla, e não um governo português que a única coisa que diz perante isto é que é um desperdício e que é um erro flexibilizar as regras do pacto de estabilidade e crescimento. A atitude do governo português é que é absolutamente incompreensível.

Entrevista à RTP1, 11 de março de 2015.

 

Nós precisamos de reforçar a política de coesão para que o euro seja uma moeda que gere prosperidade para todos e que não gere a prosperidade só para alguns à conta dos outros. Nós sabemos hoje, todos sabemos, que uma crise no euro sacrifica mais uns do que outros e precisamos de corrigir estes efeitos assimétricos que existem nas crises, através de um mecanismo de mutualização, de algum seguro, como por exemplo o que propôs o anterior comissário dos assuntos sociais, que propunha que pelo menos uma parte do subsídio de desemprego fosse suportado pelo conjunto da União.

Entrevista à RTP1, 11 de março de 2015.

 

Há que atacar esta crise nas suas raízes. Para que haja estabilidade na zona euro, é preciso que haja convergência real das economias europeias. Quando em 1992 avançámos para o mercado único, Jacques Delors percebeu que era essencial para as economias mais frágeis acompanhar a maior exposição à competitividade externa com o lançamento da política de coesão.

Artigo com Pedro Sánchez, Secretário-Geral do PSOE, Expresso, 20 de junho de 2015

 

Quando o euro impôs um acréscimo de competitividade, não foi acompanhado no reforço da coesão. O excessivo endividamento e as bolsas especulativas iludiram durante algum tempo o problema, mas as consequências em cadeia da crise financeira iniciada em 2008 revelaram o que era inevitável tornar-se visível: sem mais coesão na zona euro não haveria maior convergência.

Artigo com Pedro Sánchez, Secretário-Geral do PSOE, Expresso, 20 de junho de 2015

 

O que propusemos [PS e PSOE], e o Partido Socialista Europeu aprovou, é um programa específico, de iniciativa nacional e à medida das necessidades próprias de cada um dos nossos países, que se centre nos bloqueios à competitividade, que limitam a convergência necessária. Programa financiado pelas perspetivas financeiras, o plano Juncker, os mecanismos financeiros do BEI e que pode mobilizar “fresh money”, servindo até como projeto piloto da nova capacidade orçamental da zona euro.

Artigo com Pedro Sánchez, Secretário-Geral do PSOE, Expresso, 20 de junho de 2015

 

A UE – há que reconhecê-lo – tem vindo a dar sinais de mudança desde as últimas eleições europeias. O BCE não tem hesitado em fazer o que é necessário, a nova Comissão olha com maior inteligência para o Tratado Orçamental e dá uma nova prioridade ao investimento como condição para o crescimento e o emprego. Dar força à alternativa socialista em Portugal e Espanha é reforçar no Conselho esta dinâmica de mudança.

Artigo com Pedro Sánchez, Secretário-Geral do PSOE, Expresso, 20 de junho de 2015

 

O insucesso das negociações entre o governo grego e os parceiros europeus não é uma boa notícia para a União Europeia. E suscita legítima preocupação a quem tem uma postura responsável perante os riscos que comporta para a confiança no euro. O interesse nacional, o interesse das famílias e das empresas portuguesas, é fortalecer a zona euro e a capacidade de intervenção do BCE, como sempre defendeu o PS, contra a posição do Governo.

Declaração ao Acção Socialista Digital, 29 de junho de 2015.

 

É urgente substituir o confronto entre posições radicais por uma negociação construtiva. A intranquilidade que estamos a viver demonstra a imprudência de quem, como o governo português, não se empenhou num acordo e o erro estratégico de quem pensa ser possível virar a página da austeridade numa posição unilateral de confronto.

Declaração ao Acção Socialista Digital, 29 de junho de 2015.

 

um grande alinhamento da família socialista no sentido de garantir que não há uma saída da Grécia e que há um acordo que seja credível, durável e definitivo. Um acordo não só para reslver a situação na Grécia mas para devolver a estabilidade que a Zona Euro precisa.

Declaração à imprensa, Bruxelas, 12 de Julho de 2015.