António Costa salienta existência de convergências com Livre
António Costa liderou a delegação dos socialistas que reuniu com o LIVRE, partido que elegeu pela primeira vez um deputado à Assembleia da República, encontro que abriu a ronda de contactos com as representações parlamentares de esquerda e com o PAN, tendo em vista encontrar uma solução política de governação estável para a próxima legislatura.
No final da reunião, que decorreu na sede do LIVRE, em Lisboa, o líder do PS referiu que, nesta fase, o partido que elegeu Joacine Katar Moreira como deputada, “não está disponível para celebrar acordos bilaterais, pretendendo antes um acordo multilateral” entre as forças de esquerda.
“Caso não seja possível existir esse acordo multilateral, vai trabalhar-se em cada uma das iniciativas que o Governo apresentar, como orçamentos do Estado. O interesse do LIVRE é que esta legislatura dure os quatro anos”, apontou.
No plano político, António Costa frisou que as matérias sinalizadas pelo LIVRE “como sendo importantes – alterações à lei da nacionalidade, preparação da próxima presidência europeia de Portugal e avanços no domínio ambiental – são também áreas de possível convergência de pontos de vista com o PS”. “Portanto, há campo de trabalho”, sustentou.
O Secretário-geral do PS fez, depois, uma alusão ao resultado das reuniões de terça-feira, no Palácio de Belém, entre os partidos com representação parlamentar e o Presidente da República.
O Presidente da República, segundo António Costa, “ficou ciente da disponibilidade de cada um dos partidos. Tal como o Livre agora expressou, creio que a intenção de todos é criar condições para que a legislatura dure o seu período normal, até 2023”.
“Desta reunião com o LIVRE, retive que não há intenção em apresentar uma moção de rejeição ao programa de Governo e que deseja que, ao longo dos quatro anos, não haja motivos para a apresentação de uma moção de censura”, declarou.
O Secretário-geral socialista, que esteve acompanhado pelo presidente do partido, Carlos César, pela Secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, e pelo dirigente Duarte Cordeiro, insistiu ainda que o objetivo das reuniões que manterá hoje com as forças parlamentares de esquerda e com o PAN é fazer “uma avaliação das condições que existem para a formação do Governo e para o exercício da formação do Governo”.
“A primeira garantia é que não haja uma moção de rejeição do programa do Governo e, para já, o LIVRE não a anunciou. Depois, manifestou disponibilidade um acordo multilateral – e vamos ver se é ou não possível. Finalmente, o Livre disse que, se não houver acordo multilateral, está disponível para ir trabalhando com o PS e com o Governo ao longo da legislatura”, acrescentou António Costa.
O LIVRE esteve representado no encontro pela deputada eleita Joacine Katar Moreira, pelo fundador do partido, Rui Tavares, e pelos dirigentes Carlos Teixeira, Patrícia Gonçalves, Pedro Mendonça, Isabel Mendes Lopes e Paulo Muacho.