“Temos feito tudo e tudo faremos que esteja ao nosso alcance para viabilizar este Orçamento, para o bem de Portugal, dos portugueses, da estabilidade e da continuidade das políticas que têm tido tão bons resultados desde 2016”, disse o líder socialista, em conferência de imprensa no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS.
Neste sentido, o líder socialista adiantou que resultou da reunião da Comissão Política do partido um mandato reforçado para que prossigam as negociações, tendo em vista a viabilização do Orçamento, “num espírito construtivo”, o que irá acontecer, como acrescentou, já este sábado, com novas rondas negociais com PCP e BE.
António Costa realçou que a forma “séria, rigorosa e construtiva” como o Partido Socialista e o Governo têm trabalhado com os parceiros traduz-se num conjunto de medidas que representa “avanços já muito significativos” e que “estão expressos”, como assinalou, “no Estatuto do SNS, nas propostas de legislação laboral, no compromisso assumido para alterações na especialidade em domínios tão relevantes como as pensões, a fiscalidade, a melhoria dos serviços públicos e o financiamento das micro, pequenas e médias empresas”.
“Contamos, por isso, que os nossos parceiros, da mesma forma que o PS, manifestem igual vontade, determinação e disponibilidade para, ao longo dos próximos dias, continuarmos a aprofundar o trabalho que temos vindo a desenvolver e que pode prosseguir para além das matérias que já estão neste momento consolidadas”, salientou.
O Secretário-geral do PS disse acreditar que todos os parceiros negociais “seguramente valorizarão” as propostas já anunciadas pelo executivo socialista, reiterando que “ninguém compreenderia que não justificassem a viabilização deste Orçamento do Estado na generalidade e depois com o trabalho na especialidade até à votação final global”.
Referindo que o trabalho do Governo é também o de identificar que medidas propostas por outros partidos “são acomodáveis no esforço orçamental” e “compatíveis” com a estratégia de médio prazo e com as prioridades definidas para o país, António Costa deixou, contudo, a advertência de que nem todas podem ser aceites, até porque algumas delas seriam “contraditórias entre si”, sem o risco de comprometer este equilíbrio.
“Obviamente, o Orçamento não pode ser aprovado a qualquer preço – porque o preço é pago pelo conjunto dos portugueses. E, portanto, nós temos de ir sempre fazendo o que temos feito desde 2016: Avanços sólidos, mas sempre sem dar um passo maior que a perna”, advertiu.
PS está preparado para cumprir o seu dever com o país
Questionado sobre um eventual cenário de eleições antecipadas, caso não seja possível um acordo que viabilize o Orçamento, António Costa afirmou que essa “não é uma consequência em que nós estejamos a trabalhar”, garantindo, em primeiro lugar, estar “preparado para cumprir os meus deveres para com o país, que é manter o país na trajetória de governação que tem vindo a ser prosseguida”.
“Se o senhor Presidente da República entender de uma forma diversa [eleições antecipadas], eu respeitarei a decisão, e estou preparado para tudo. Agora, para já, estou preparado para cumprir o meu dever. E o meu dever é continuar a governar e conduzir o país nestas águas que ainda são bastante turbulentas, e onde não convém introduzir fatores de instabilidade e de incerteza que perturbem a recuperação económica e social”, disse, reiterando que o foco do PS e do Governo é continuar a trabalhar para que o Orçamento do Estado possa ser viabilizado.
“Seria uma enorme perda para o país perder a oportunidade de ter um bom Orçamento”, completou.