Esta posição foi transmitida por António Costa após ter recebido o presidente do PSD, Luís Montenegro, em São Bento. Perante os jornalistas, o líder do executivo referiu que a questão do novo aeroporto ocupou apenas “uma pequena parte da reunião”, adiantando que ficou marcada para “breve” nova reunião para tratar desse assunto.
“É uma matéria, como é sabido, que há várias décadas o país tem por decidir e sobre a qual, com a crescente procura de viagens com destino a Portugal – e em particular à região de Lisboa -, é importante que haja acordo. Esse é um tema em relação ao qual eu acho que é muito importante que haja acordo”, salientou.
De acordo com António Costa, na reunião, houve uma “partilha da informação disponível” sobre este dossier, tendo sido transmitido, por parte de Luís Montenegro, “o trabalho que internamente está a ser feito no PSD para que brevemente haja uma nova conversa sobre o assunto”. “Tivermos uma primeira conversa, que foi interessante, o PSD tem o seu próprio processo de decisão, o que é natural, e brevemente voltaremos a falar”, referiu.
O primeiro-ministro voltou a defender a ideia de que “o normal em democracia é que os partidos construam alternativas para apresentar aos portugueses”, alternativas essas que são sufragadas em eleições, tendo resultado do escrutínio de 30 de janeiro último, como recordou, a vontade de “estabilidade política” para os próximos anos.
No entanto, para António Costa, além da necessidade de alternativas, “há matérias em relação às quais, é importante que haja acordos”. “Portugal tem uma grande credibilidade internacional fruto de possuir uma enorme estabilidade e continuidade na sua política externa”, exemplificou, lembrando que esta “apenas se quebrou na invasão do Iraque”, numa alusão ao período do executivo PSD/CDS, liderado por Durão Barroso, entre 2002 e 2004.
De acordo com o primeiro-ministro, também o objetivo de finanças públicas sãs é comum às maiores forças políticas, já que se trata igualmente “de um fator de credibilidade externa do país”.
“Depois, desde que me candidatei a primeiro-ministro, tenho insistido que, relativamente às grandes infraestruturas, às grandes obras públicas, é muito importante que haja um grande consenso nacional”, salientou, referindo que, durante a legislatura entre 2015 e 2019, “foi muito importante se ter aprovado por mais de três quartos dos deputados o Plano Nacional de Infraestruturas, no qual se tomaram decisões fundamentais”.
“São obras que duram para décadas, dificilmente começam e acabam numa legislatura e o país não pode estar sempre a mudar de posição sobre essa matéria”, concluiu o líder do executivo socialista.