António Costa reforça determinação em dia histórico “de alento e esperança”

“Há dias que ficarão para sempre nas nossas memórias. Como previsto, arrancou o processo de vacinação, que nos ocupará durante meses e que nos obriga a manter todos os cuidados. Mas é um dia de alento e esperança que nos dá força para continuar a trabalhar com a mesma determinação”, assinalou, na sua mensagem, o líder do Governo.

Por ocasião da chegada a Portugal do primeiro lote de vacinas, na véspera, no sábado, António Costa enalteceu o “extraordinário esforço” da Ciência, reiterando, uma vez mais, a “coordenação exemplar” da União Europeia.

O primeiro-ministro lembra que o país ainda tem “pela frente vários meses de trabalho bem planeado”, razão pela qual é ainda cedo para baixar a guarda nas medidas de proteção, mas realçou que, agora, pode-se ter “a certeza de que há luz ao fundo do túnel”.

O plano nacional de vacinação contra a Covid-19 arrancou no domingo no Hospital de São João, no Porto, com o médico infecciologista António Sarmento a receber a primeira vacina administrada em Portugal.

A ministra da Saúde, Marta Temido, presente na ocasião, reiterou que vacinar em primeiro lugar os profissionais de saúde foi uma “escolha pragmática” e que em janeiro arranca o programa de vacinação em estruturas para idosos.

No sábado, chegou a Portugal um primeiro lote com 9.750 vacinas, desenvolvidas pela Pfizer-BioNTech, destinado aos profissionais de saúde dos centros hospitalares universitários do Porto, São João, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central, que será reforçado com a antecipação da entrega de mais 70.200 doses, que têm chegada prevista para segunda-feira.

“Significa que em dezembro teremos uma chegada de 79.950 vacinas”, referiu Marta Temido, salientando que a antecipação é importante porque permite alocar já “9.750 vacinas também à região da Madeira e aos Açores”.

A antecipação permite também expandir a vacinação pelos profissionais identificados como prestadores diretos de cuidados a pessoas suspeitas de estarem infetadas ou doentes com Covid-19.

“Para os primeiros hospitais que já identificaram os profissionais prioritários para vacinação temos a expectativa de conseguir vacinar cerca de 60% dos que foram identificados”, disse a ministra.

Marta Temido revelou ainda que agora vai ser possível “alargar o universo de profissionais a vacinar e alargar os hospitais envolvidos”, esperado atingir todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde com esta primeira entrega.

Entre dezembro e o primeiro trimestre de 2021, que corresponde ao período da primeira fase definida pela ‘task-force’ responsável pelo plano de vacinação, Portugal espera receber 1,2 milhões de vacinas, distribuídas por três períodos: 312.975 doses no acumulado de dezembro e janeiro, 429 mil doses em fevereiro e 487.500 em março.

Marta Temido apelou à união de todos, enaltecendo o trabalho dos profissionais envolvidos no processo, afirmando que este momento “simboliza a capacidade de trabalhar em conjunto”.

“E também a capacidade da União Europeia para alocar meios financeiros e congregar esforços para que se iniciasse a vacinação. A união torna-nos mais fortes.  Apelo a que consigamos manter esta capacidade de união e de trabalho em conjunto. Temos de perceber que o inverno ainda mal começou. Se conseguimos chegar até aqui é porque conseguimos caminhar juntos”, disse, acrescentando que esta “será a melhor forma de sairmos desta pandemia”.