Falando à margem da exposição sobre a vida e a obra política de Willy Brandt, patente na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa, o Secretário-Geral do PS, António Costa, depois de relevar a amizade que existiu entre o antigo chanceler alemão e Mário Soares, lembrou que Willy Brandt nunca deixou de acreditar no otimismo de Mário Soares e na sua “visão realista” em relação ao futuro de Portugal e da Europa.
Mário Soares, como recordou António Costa, que um ano antes tinha fundado o PS com um grupo de destacados socialistas na cidade alemã de Bad Munstereifel, encontrava-se em Bona, na antiga capital alemã, no dia 24 de abril, véspera da revolução dos cravos, insistindo o também primeiro-ministro na dívida de gratidão que Portugal tem para com a família social-democrata europeia, por nunca ter deixado de ajudar a fortalecer a democracia e mais tarde ter “viabilizado a entrada de Portugal na então CEE, em 1 de janeiro de 1986”.
Uma dívida que Mário Soares, como lembrou António Costa, nunca esqueceu, tendo em diversas ocasiões elogiado a contribuição decisiva que os sociais-democratas europeus, com destaque para o SPD alemão, deram ao PS e a Portugal e a ajuda inestimável que concederam na consolidação da democracia pluralista no país, recordando a este propósito as palavras do ex-Presidente da República, Mário Soares, quando em novembro de 2004 considerou Willy Brandt “um gigante” da política mundial do século XX e uma das “dez personalidades que marcaram o último século”.
Willy Brandt, que liderou a Alemanha entre 1969 e 1974, faleceu em 1992, com 78 anos, foi considerado por muitos líderes europeus e mundiais como o “patriarca da social-democracia alemã e mundial”, tendo sido laureado com o prémio Nobel da Paz, em 1971, pela sua política de desanuviamento contra a pobreza mundial e a favor do desarmamento.
Nesta visita à exposição biográfica sobre Willy Brandt, patente na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, que estará aberta ao público até 31 de julho, depois de ter passado por Espanha, Rússia, Noruega e Polónia, António Costa foi acompanhado pela presidente da Fundação, Isabel Soares, e pelo ex-presidente do Parlamento Europeu e atual presidente da Fundação Friedrich Ebert, Martin Schulz.