Na visita que ontem realizou aos terrenos onde decorrerão as principais cerimónias das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), o primeiro-ministro, depois de lembrar o “enorme legado material e imaterial” deixado pela exposição, garantiu que, ao se ter escolhido os terrenos ribeirinhos do município de Loures para instalar o palco das cerimónias, não só se encontrou uma forma expedita de “pagar a grande dívida” que a cidade de Lisboa e o país “têm para com o concelho de Loures”, como se abriu a possibilidade de este município da Área Metropolitana passar a dispor também de uma “verdadeira frente ribeirinha”, o que ajudará a valorizar o território da zona da Bobadela, “agora livre de contentores”.
Uma valorização que, segundo o líder do Governo, será formalizada “mesmo antes do início das jornadas”, com a assinatura de um “auto de cedência do Estado” ao município de Loures de toda a área do território ribeirinho.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro deixou elogios ao trabalho do ex-ministro Pedro Nuno Santos e do ex-presidente das Infraestruturas de Portugal, António Laranjo, por ambos terem demonstrado “grande determinação” em avançar com a decisão de proceder à remoção do terminal de contentores da Bobadela, lembrando que, se os países não podem viver sem parques de contentores, também é verdade, como defendeu, que estes são equipamentos que devem estar localizados nos sítios adequados.
Com a restituição a Loures da plataforma ribeirinha da Bobadela, até agora ocupada por um parque de contentores, o município passará finalmente a dispor, segundo António Costa, de um território privilegiado junto ao rio, que o município “não deixará de valorizar”, com muitos hectares que as pessoas vão poder fruir nas suas horas de lazer.
Antes de António Costa, falaram o presidente da Câmara Municipal de Loures, o socialista Ricardo Leão, o coordenador do grupo de projeto da JMJ, José Sá Fernandes, e o presidente da Fundação das Jornadas Mundiais da Juventude Lisboa 2023, o bispo Américo Aguar.
Salientando o impacto que as JMJ podem vir a ter no concelho de Loures, Ricardo Leão agradeceu ao Governo e à igreja pela escolha do espaço e lembrou, por ocasião do 25º aniversário da inauguração da Expo-98, a importância transformadora do evento na zona do Parque das Nações, em Lisboa.