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António Costa quer Portugal na linha da frente da investigação científica dos oceanos

António Costa quer Portugal na linha da frente da investigação científica dos oceanos

Portugal tem o dever, mas também o interesse, em se afirmar na Europa como um dos países que mais contribuem para o desenvolvimento da investigação oceanográfica. Opinião que o primeiro-ministro voltou, esta manhã, a reiterar em Aveiro, lembrando que esta é também a forma de o país responder a uma das cinco missões que a União Europeia definiu para o desenvolvimento da investigação científica.

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António Costa, Encontro Ciência em Aveiro

A Comissão Europeia tem vindo a apelar aos 27 Estados-membros para que olhem e estudem os oceanos com a mesma exigência científica com que os norte-americanos olharam no século passado para o espaço. Um apelo que, para António Costa, tem de merecer da parte do país uma resposta que o coloque definitivamente na linha da frente da investigação científica dos oceanos, lembrando que Portugal soube utilizar os oceanos “para muitas descobertas”, e que agora é tempo de aprofundar e de estudar o seu potencial num país, como salientou, “em que 97% do território é mar”.

O primeiro-ministro falava no Encontro Ciência 2023, promovido pela Fundação Ciência e Tecnologia, em colaboração com a Ciência Viva e a Universidade de Aveiro, dedicado ao tema ‘Ciência e Oceano para além do horizonte’, onde voltou a aludir à necessidade de Portugal assumir um papel determinante na investigação dos oceanos, aconselhando prudência na atividade de mineração do mar e insistindo que há oportunidades em recursos naturais que “são capitais para a transição energética e digital, e para a regulação climática”.

Contributo da Ciência

António Costa aproveitou a presença de cerca de três mil participantes ligados ao meio académico e científico para enaltecer o contributo que a Ciência tem dado nas últimas décadas para o progresso e desenvolvimento de Portugal, garantindo que, graças à Ciência, “a realidade do país está já a mudar e de forma acelerada”. Como exemplo desta mutação, o líder do executivo apontou o facto de, nos anos 80 do século passado, o número de doutorados ser “manifestamente inferior ao que hoje se verifica”. Uma realidade que, para o primeiro-ministro, tem de ser levada em conta também nas “previsões económicas que vão sendo apontadas”.

Este crescimento exponencial de “licenciados, mestres e doutores”, designadamente a trabalhar em empresas, ainda segundo o primeiro-ministro, terá, desde logo, a vantagem de começar a acrescentar à produção nacional de bens e serviços “valor acrescentado superior”, reforçando a ideia de que este é também um fator que ajudará a reforçar a “qualidade da democracia” e a importância do diálogo da Ciência com a sociedade.

Carreira de investigação com novo estatuto

À margem deste encontro o primeiro-ministro anunciou que o Conselho de Ministro desta quinta-feira, que terá lugar na cidade de Aveiro, será totalmente dedicado à temática da Ciência, estando agendada, entre outros temas, a aprovação, para negociação sindical e com as instituições do sistema científico, do “novo estatuto da carreira de investigação”. Um documento que o Governo aponta para que entre em vigor “antes de terminar o prazo de transição, para não haver descontinuidade”.

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