António Costa quer alunos a aprender para profissões que ainda não existem
António Costa, que inaugurou a requalificação da Escola Básica e Secundária da Batalha, considerou o projeto “exemplar e modelar”, assinalando a concentração, ali, das “três principais reformas que foram feitas na educação esta legislatura: o reforço de autonomia, flexibilização e descentralização”.
“Aquilo que vimos nesta escola”, que integrou um projeto-piloto, “transforma radicalmente aquilo que é a aprendizagem”, notou.
Na Escola Básica e Secundária da Batalha, o primeiro-ministro viu, por exemplo, alunos do 4.º ano a fazer exercícios de programação de pequenos robôs:
“Conseguimos antecipar o que eles vão ser capazes de fazer quando chegarem ao 12.º ano”, afirmou, defendendo que, através do modelo aplicado na Batalha, é mais fácil responder “àquela dúvida que muitas vezes tivemos na escola: ‘Mas para que é que isto serve?’.
“Desta forma aprendemos profundamente melhor, percebendo o que estamos a aprender e para que é que serve o que estamos a aprender. Esse esforço, feito desde o 1.º Ciclo, seguramente dará enorme sucesso no 2.º Ciclo, no 3.º Ciclo e no ensino secundário”, sublinhou.
António Costa lembrou ainda a necessidade da escola assumir uma posição cada vez mais cartesiana:
“Aquilo que hoje sabemos é que nada saberemos sobre o futuro. Temos de ter a dúvida metódica ao longo da vida e ter disponibilidade para continuar sempre a aprender”.
Na Batalha, o primeiro-ministro recordou que a Comissão Europeia quantifica “em 30% as crianças que estão hoje nas escolas e que vão exercer funções que não estão hoje sequer inventadas”.
“Portanto, não nos podemos limitar a ensinar para as profissões que existem. Vamos ter de formar para aprender aquilo que não sabemos sequer que vai ser, no futuro, necessário saber. No futuro vamos ter de voltar a aprender coisas que hoje não sabemos que já existem. Essa é a função fundamental da escola”, concluiu.